Estudante do DF transforma Gurgel ano 90 em carro elétrico

Após três anos de pesquisa, planejamento, e muito trabalho, o estudante de engenharia mecânica Ewerson Freitas, de 20 anos, conseguiu concluir a adaptação de um carro movido à energia elétrica no Distrito Federal. Segundo o jovem, o carro anda 40 minutos sem parar e chega a fazer 70 km/h com seis baterias de 12 volts. Com a carga cheia, ele percorre cerca de 45 quilômetros. Além de reduzir a emissão de gases e poluentes, o carro não tem ruídos e vibrações. 

“Funciona 100% elétrico, tem o rendimento perfeito”, diz o estudante. “O consumo dele é mais baixo que de um microondas ligado, o equivalente a uma televisão de médio porte.”
As baterias, que levam 10 horas para serem carregadas, ficam localizadas na parte da frente e no porta malas do carro. Para recarregá-las, basta ligar o carro a uma tomada. “É a mesma coisa que pegar e ligar a geladeira na tomada. Tem uma extensão de cinco metros”, diz. “Pego a extensão, ligo na tomada e carrego.”

Com o apoio de um empresário que conheceu em uma feira de ciências, Ewerson comprou por R$ 6 mil um veículo do modelo Gurgel, dos anos 90, e substituiu o motor convencional dele. 

O custo do total do projeto, diz o estudante, foi de R$ 70 mil, entre peças, horas trabalhadas e experimentação. O jovem diz que utilizou 90% de peças nacionais e diversas peças de sucata para a produção do motor. “Muita coisa encontramos no ferro velho e alteramos. Fomos montando um Frankenstein, pegando pedaços”, disse. 

Ewerson diz que a grande motivação para adaptar um carro movido a baterias foi a questão ambiental. “A ideia principal dele é ser um carro que não seja poluente, que não tenha emissão de gases poluentes, que seja um carrinho urbano, mesmo”, diz. “Não adianta dizer que é ambientalista e usar uma caminhonete poluente gigante e ir sozinho para o trabalho.”

O estudante diz, no entanto, que não pode usar o carro para andar na cidade porque não tem a documentação adequada. “Por ser um carro convertido, existe um projeto burocrático imposto pelo governo”, diz. “Para os especialistas no assunto, ter alterado as peças originais do carro pode comprometer, dar problemas. Se eu fizer um carro meu do zero, é muito mais fácil com a documentação do que pegar um carro de montadora e converter ele, burocraticamente falando”. 

Agora, Ewerson pretende fazer melhorias no carro que apelidou de “Gurgelzinho”, ou “Gugu”. O jovem diz que sonha em abrir uma empresa no segmento de veículos elétricos no futuro, mas que não quer perder o foco. “São só sonhos”, diz.

Autor: G1