Cientistas criam robô que persegue e monitora comportamento de tubarões

Apesar de famosos pelo terror e impacto visual de seus ataques, os tubarões são um enigma para a ciência. A rotina deles é um mistério e muito do que se sabe sobre suas vidas é boato ou baseado no imaginário popular de predador sanguinolento. Produzido por pesquisadores de duas universidades californianas, a Harvey Mudd College e a California State University Long Beach, esse aparelho que você vê na foto acima vai perseguir os tubarões pra cima e pra baixo, só para entender as nuances do seu comportamento.

Esse é o primeiro robô desenvolvido especialmente para rastrear tubarões oceano afora. Outros Veículos Submarinos Autônomos (AUVs na sigla em inglês) já foram criados há algum tempo – no começo apenas para monitorar as águas, e, mais recentemente, também para estudar outros animais. Mas, um robô exclusivo para o maior predador das águas, é a primeira vez. Todos os tubarões serão analisados, mas o foco principal será o tubarão branco.

A operação funciona da seguinte maneira: após pescarem o tubarão, a equipe implanta um transmissor em sua barbatana e o colocam de volta na água. O robô então passa a seguir o peixe a cerca de 6,5 km/h e a uma distância de 300 a 500 metros, para não perturbar o comportamento natural do animal..

Para não deixar escapar nenhum detalhe, o AUV é extremamente bem equipado. Se o aparelho foi desenvolvido para ser o mais silencioso possível, sua função é não deixar nenhum som passar batido: hidrofones acoplados ao robô captam ondas sonoras e enviam esses sinais para um computador, responsável por mapear o caminho que o tubarão está fazendo. Sensores registram algumas das principais propriedades da água, como temperatura, oxigênio e salinidade. Uma câmera de alta resolução tira fotos da perseguição científica.

Atualmente, o veículo tem 6 horas de autonomia – o que os pesquisadores consideram pouco. A ideia é que no futuro esse número chegue a 20 horas, tempo suficiente para acumular uma quantidade significativa de informações. Colocar dois robôs para trabalharem juntos é uma alternativa possível.

Autor: Galileu