A presidente Dilma Rousseff inaugurou formalmente nesta sexta-feira (5) em Salvador (BA) o novo estádio da Fonte Nova, terceira das 12 arenas da Copa-2014 a ser entregue ao público.
No evento político, que ocorre dois dias antes da partida de abertura no estádio, a presidente afirmou que o Brasil está “superando expectativas” em relação aos preparativos para o Mundial.
“Dá muito orgulho, como presidente da República, de olhar para esse construção e ver que estamos superando as expectativas”, disse durante seu discurso de aproximadamente 20 minutos.
“Nós estamos mostrando que somos um país também insuperável fora do campo”, disse ela.
A presidente deu o chute inaugural no centro do gramado ao lado do governador do Estado, Jaques Wagner (PT), repetindo o ato das inaugurações dos estádios Castelão (Fortaleza) e Mineirao (Belo Horizonte).
Ela disse que as outras inaugurações também “honram o Brasil”, mas que a da Fonte Nova é “especial” devido ao seu formato arquitetônico, com um intervalo sem arquibancada atrás de uma das traves que permite a vista do Dique do Tororó –equivalente local da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Rio.
“Essa 'ferradura' dá uma atitude, um perfil e uma cara especial a esse estádio. Mostra essa que é uma das características maiores desse povo, que é a criatividade”, disse.
Atualmente, porém, a construção de uma arquibancada móvel que será usada nas Copa das Confederações e no Mundial impede a visão do dique.
Durante o discurso, a presidente também pediu gols no clássico de domingo entre Bahia e Vitória, que será a primeira partida da Fonte Nova reconstruída. “Esperamos que não dê 0 a 0, só para a gente ter um gostinho especial para a Copa das Confederações”.
O estádio vai receber três partidas do torneio, entre eles Brasil x Itália, já com ingressos esgotados. A Fonte Nova também irá sediar Uruguai x Nigéria e a disputa pelo terceiro lugar. No Mundial de 2014, serão seis jogos.
No domingo (7), também haverá shows de artistas como Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Todos os 41.500 ingressos foram vendidos no mesmo dia, há uma semana. Houve tumulto, com seis feridos, e funcionários foram flagrados comercializando bilhetes clandestinamente.
Além da imprensa e de políticos (sete ministros, dois senadores, o prefeito ACM Neto [DEM], entre outros), apenas familiares dos operários tiveram acesso ao estádio na cerimônia de inauguração. Eles ocuparam um espaço no anel intermediário do estádio.
Do lado de fora, baianas que vendem acarajé fizeram protesto porque não poderão trabalhar na praça esportiva, diferentemente do que acontecia no passado.
A justificativa oficial é que a Polícia Militar não permite porque a atividade oferece riscos por envolver botijão de gás e azeite fervente. A reconstrução da Fonte Nova custou R$ 689,4 milhões.
O estádio estava interditado desde novembro de 2007, quando sete torcedores morreram após o desabamento de parte de uma arquibancada num jogo da terceira divisão do futebol brasileiro.
O valor gasto é quase R$ 100 milhões a mais do que a última previsão de gastos.
O custo extra será bancado exclusivamente pelo governo baiano, apesar de o estádio ter sido construído pelas empresas OAS e Odebrecht, que também vão gerir o local pelos próximos 35 anos.
A arena, que antes pertencia ao Estado, virou uma PPP (parceria público-privada) em 2009. A demolição aconteceu em agosto de 2010.
Autor: UOL
