Os carros mais avançados de cada década do Século XX

A medida que os carros ficam cada vez mais tecnologicamente avançados, é importante olhar para trás e ver como surgiram coisas que hoje são corriqueiras – e talvez até encontrar algumas ideias antigas que seriam muito bem vindas hoje. Foi o que fizemos nessa seleção dos carros mais avançados de cada década dos últimos cem anos.

Ilustração: Porsche 

1911-1920: Cadillac Type 53

Os controles dos primeiros automóveis eram uma verdadeira esbórnia de alavancas, pedais, manivelas, seletores e indicadores que variavam de veículo para veículo. O Type 53 racionalizou a bagunça e implementou o layout de controles que é padrão até hoje. Outras características marcantes eram um V8 primitivo e partida elétrica. Foto: New York Public Library 

1921-1930: Lancia Lambda 

Vincenzo Lancia merece muito mais reconhecimento do que recebe pelo pioneirismo tecnológico dos produtos que levam seu nome. O Lambda foi o responsável por quebrar duas barreiras técnicas importantes: a estrutura do carro era um chassi monocoque, extraordinariamente firme para a época, e as rodas possuíam molas independentes. Aquelas máquinas estranhamente esguias foram um grande passo para a dirigibilidade que conhecemos hoje. Foto: Rex Gray

1931-1940: Cord 810/812 

Os Cords, com seu nariz de caixão, eram carrocerias Art Deco envolvendo tecnologia de ponta: tração dianteira, transmissão com pré-seletor, supercharger no caso do 812, suspensão avançada e itens de segurança e conforto como limpadores de para-brisa de velocidade variável e um rádio. Os faróis que desapareciam não eram tão avançados em termos de tecnologia, mas em estética, eram um marco – assim como todo o resto do carro. Foto: Jack Snell

1941-1950: Tucker Sedan 

O sedã de Preston Tucker, grande e inspirado nos aviões, era um monumento ao pensamento progressista e engenharia inteligente. Só 51 dos carros de motor traseiro e suspensão independente foram feitos antes de a companhia ser derrubada por uma crise financeira – que muitos dizem ter sido provocada pelas grandes de Detroit, incomodadas com a ambição de Tucker. Foto: Rex Gray

1951-1960: Citroën DS 

A nave espacial favorita de todo mundo continua sendo um dos carros mais exageradamente engenhosos e de maior ambição tecnológica a serem produzidos em grande escala. Enquanto Detroit estava muito ocupada com rabos de peixe e cromados, os Franceses redefiniam o carro de luxo. Alguns dizem que os sistemas do DS foram um beco tecnológico sem saída; alguns dizem que todas as outras marcas ainda não o alcançaram. Tudo o que sabemos é que ele é impressionante até hoje. Foto: Denis De Mesmaeker

1961-1970: NSU Ro80 

O sedã ligeiramente desproporcional foi um depósito para todas as ideias avançadas da tecnologia automotiva no final dos anos 60: motor Wankel, tração dianteira comandada por um câmbio semiautomático, freios a disco nas quatro rodas, entre-eixos longo com um interior absurdamente espaçoso, excelente aerodinâmica e visual duas décadas à frente. Mas não era muito confiável, especialmente com o Wankel primitivo, o que manchou sua reputação – porém sem diminuir sua influência. Foto: Stokpic

1971-1980: Saab 99 Turbo 

A Saab foi uma das pouquíssimas fabricantes cujos carros ficaram melhores e mais rápidos durante a Crise do Petróleo de 1973-82. O 99 Turbo era a síntese disso: o motor de quatro cilindros com injeção eletrônica e um sistema de turbocompressor bem avançado movia um carro de visual estranho-porém-agradável que combinava altos níveis de conforto, praticidade e segurança, estabeleceu padrões na época, e permanece respeitável até hoje. Foto: Staffan Vilcans

1981-1990: Porsche 959 

Quando o conceito Porsche Gruppe B foi exibido no Salão de Frankfurt em 1983, era tão avançado que quase não foi levado a sério. Quando a versão de produção foi lançada, em 1986, completa com tração integral, vetorização de torque, painéis da carroceiria em compósito e um motor originado do 962, o carro ainda estava fazendo as próprias regras.Vinte e cinco anos depois e as outras companhias estão apenas começando a alcançá-lo. Foto: Philipp Lücke

1991-2000: McLaren F1 

Não tão complexo como o 959, mas ainda mais avançado em outros aspectos, o F1 ainda é a obra prima de Gordon Murray. O chassi em fibra de carbono abriga um V12 de origem BMW extremamente potente com tempo de válvula variável, uma caixa de câmbio fascinantemente compacta, suspensão de ajuste impecável, revestimento de ouro no cofre do motor para evitar superaquecimento… e não muito mais que isso. Era um carro tão bem-resolvido que a versão de corrida não se distanciava muito dos carros de rua em termos materiais. Nessa era sobrecarregada de computadores que vivemos, o F1 é uma aula de tecnologia a serviço da função. Foto: Brian Snelson

2001-: Honda FCX Clarity 

Com as montadoras especulando sobre um mundo livre dos combustíveis fósseis, os carros mais avançados a rodar hoje em dia são aqueles que procuram sistemas de propulsão extremamente alternativos. Enquanto as baterias continuam com suas limitações frustrantes, as células de combustível parecem mais promissoras. A melhor parte do Honda Clarity é que ele está carregado de tecnologia do futuro, mas continua dono de visual e dirigibilidade de um carro normal. É o progresso sem o desconforto que costuma acompanhá-lo. Foto: American Honda Motor Company, Inc.

Autor: Jalopnik