Graduação: veja cinco engenharias que podem mudar o mundo

Da construção de prédios ao estudo de fórmulas químicas complexas, a engenharia se consolidou como uma das ciências mais importantes do século 21, se desdobrando em várias ramificações. Engenharia agronôma, elétrica e mecânica são alguns dos exemplos que ilustram a polivalência dessa atividade no mundo pós-moderno. Mas o que está por vir? Quais são as possibilidades da engenharia na atualidade? O Terra separou cinco novas áreas da engenharia que se tornam opções sólidas de carreira para os estudantes.

Engenharia Ambiental
A engenharia ambiental trabalha em prol do desenvolvimento sustentável, garantindo que as atividades do homem respeitem os limites dos recursos ambientas (água, ar e solo). “O engenheiro ambiental pode atuar em diversas áreas, como saneamento, controle de poluição, planejamento e gestão ambiental, seja no ambiente urbano, rural ou industrial”, explica Ann Mounteer, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.

O momento atual de crescimento econômico e grandes investimentos na infraestrutura do País oferece muitas oportunidades de trabalho. “Todas as grandes obras de energia, saneamento, transportes, além das indústrias de base, necessitam de engenheiros ambientais para a fiscalização dos projetos e mitigação dos impactos ambientais”, completa Ann.

No currículo acadêmico, disciplinas de física, química, matemática, fenômenos de transporte, informática, ciências do ambiente, economia e ciências sociais. A formação profissionalizante inclui aulas de bioquímica, geotecnia, gestão ambiental, hidráulica e hidrologia, microbiologia, sistemas de informação e topografia. Entre as disciplinas mais específicas, estão as aulas sobre as áreas de atuação, como saneamento, controle de poluição, gestão de recursos naturais e avaliação e redução de impactos ambientais.

Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia
Uma vertente das engenharias que lida com tudo que envolve microorganismos, células vegetais e animais. Essa é a engenharia de bioprocessos. Ligada à biologia, a profissão lida diretamente com a indústria de biotecnologia na produção de vacinas, medicamentos, biocombustíveis, alimentos, cosméticos, meio ambiente, entre outras atividades.

“O Brasil é detentor da maior biodiversidade do planeta, repleto de plantas, animais e microorganismos únicos que poderão originar biomoléculas com aplicações industrias diversas. Apesar dessa ramificação das engenharias ainda estar engatinhando no Brasil, nos países desenvolvidos, ela já é profissão consolidada há mais de 40 anos”, explica o professor Carlos Ricardo Soccol, chefe do Departamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo ele, existe um grande potencial a ser explorado nessa área e que pode gerar soluções e produtos de alto valor agregado em diferentes segmentos da indústria farmacêutica, alimentícia, cosmética, bioenergia,meio ambiente, entre outras. A grade de matérias inclui o pacote de disciplinas básicas e profissionalizante das engenharias, como cálculo, geometria, física, informática, estatística e processos e projetos industriais aliado a conhecimentos básicos e aplicados da biologia, como, microbiologia, bioquímica, biologia molecular, genética e imunologia.

Engenharia Nanotecnológica
Vista por muitos pesquisadores como o pilar da nova revolução tecnológica (depois da eletrônica e da informática), a nanotecnologia é o estudo da manipulação da matéria em uma escala atômica e molecular. Quando relacionada com a engenharia, suas aplicações podem ser as mais diversas possíveis: do aprimoramento tecnológico de matérias bélicos ao aperfeiçoamento de peças de roupas. “O engenheiro de nanotecnologia não é apenas um engenheiro especializado, pois ele tem um conhecimento mais abrangente sobre a ciência, podendo agir em diversas frentes”, comenta Marco Aurélio, professor e pesquisador do curso de Engenharia de Nanotecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

O mercado de trabalho no Brasil ainda é incipiente, mas com um grande espaço para pesquisa e desenvolvimento de projetos na área. “Estamos no início de uma maratona onde nenhum país está exatamente bem posicionado. Para essa tecnologia o Brasil, está equivalente no ponto de vista intelectual, mas não no ponto de vista financeiro. É claro que países mais desenvolvidos injetam mais dinheiro nessa área, mas o Brasil está tentando crescer nesse cenário”, completa Marco.

Engenharia de Petróleo
Refinarias, petroleiros, plataformas marítimas e petroquímicas. Esses são os principais ambientes que nos quais o engenheiro de petróleo atua. A graduação específica nesse tipo de engenharia é recente no Brasil: a Universidade de São Paulo (USP) foi a primeira a ministrar o curso, em 2002.

O engenheiro dessa área pode assumir diversas funções, que vão desde consultorias para as empresas sobre os riscos na exploração, produção e distribuição do produto, à comercialização e procura de novos reservatórios. Atualmente, o mercado está em expansão, impulsionado pelas novas descobertas de petróleo encontradas na camada de pré-sal do litoral brasileiro.

Na faculdade, o estudante irá deparar com muitas cadeiras de matemática, como física, álgebra, mecânica e geometria. Entre as matérias específicas, estão assuntos como fontes alternativas de energia, prospecção de petróleo, ciências dos materiais e engenharia de reservatório.

Engenharia de Controle e Automação (também Mecatrônica ou Robótica)
Tudo que envolve máquinas e dispositivos mecânicos passa pelos olhos do engenheiro de controle e automação, seja na concepção, no projeto, na manutenção e no desenvolvimento de sistemas automatizados e robotizados. O profissional associa conhecimentos de quatro áreas: mecânica – materiais, máquinas e motores, projeto, fabricação integrada por computador (CIM), robótica e sistemas de produção -, eletrônica – circuitos elétricos e eletrônicos, eletrônica digital e analógica, instrumentação, microprocessadores, redes digitais -, informática – lógica e matemática computacional, linguagens de programação, engenharia de software, inteligência artificial -, e controle ¿ sistemas de controle, controles hidráulicos e pneumáticos, controladores lógicos programáveis e automação industrial.

Segundo o professor Rubem Reis, coordenador do curso de engenharia de controle e automação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), “a importância dessa engenharia está associada a aumentar a qualidade de produtos e processos, minimizando riscos pessoais e ambientais nestas operações. Em outras palavras, tornar estes processos e produtos manufaturados mais rentáveis, com menor risco tanto social quanto ambiental”.

Autor: Terra