Energia limpa e emissão de gases ganham Prêmio Jovem Cientista

A busca por fontes de energias renováveis e a preocupação com a emissão de gases na atmosfera foram os temas das três pesquisas vencedoras do 24º Prêmio Jovem Cientista.

O anúncio dos ganhadores foi feito nesta terça-feira na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Soluções para o Futuro

Os melhores trabalhos sobre Energia e Meio Ambiente – Soluções para o Futuro, tema do prêmio neste ano, disputaram com outras 2.158 pesquisas inscritas de todas as regiões do país, sendo que 233 delas nas categorias graduados e estudantes do ensino superior; e 1.925, na disputa entre estudantes do ensino médio.

Ricardo Castro, de 18 anos, ainda estudava no Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria, no Distrito Federal, quando produziu um filtro automotivo para reduzir a emissão de fumaça dos automóveis, principalmente dos ônibus de Brasília.

A preocupação do jovem, que este ano já ingressou na faculdade, era criar um filtro de preço acessível e utilizável pelas empresas de transporte.

“Ando de ônibus praticamente todos os dias e vejo o quanto esses veículos jogam fumaça na atmosfera. Esse filtro que apresento tem um custo de R$ 60, enquanto a média de filtros disponíveis custa R$ 800”, relatou.

Bio-óleo e energia eólica

A pesquisa ganhadora na categoria graduado foi sobre o uso do óleo vegetal, podendo até ser usado para produzir um combustível com características similares ao óleo diesel, derivado do petróleo.

Quem desenvolveu o trabalho foi Leandro Alves, de 27 anos, que pretende continuar a pesquisa, iniciada durante o curso de mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em seu doutorado em engenharia química.

Já o vencedor na categoria estudantes de ensino superior, Eduardo Façanha, de 24 anos, estudante de engenharia elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), apresentou um sistema de energia eólica acessível a pequenos empreendimentos e para uso doméstico.

O jovem destacou a abundância de ventos na Região Nordeste. “O Nordeste é privilegiado. Os ventos vão ser, futuramente, uma fonte segura de abastecimento de energia nessa Região. Tenho esse sonho, de ver o Nordeste explorando essa capacidade natural”, disse.

Incentivos

Na categoria graduado, os vencedores receberam R$ 20 mil (1º lugar); R$ 15 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Para estudantes de ensino superior, os valores foram: R$ 10 mil para o 1º lugar, R$ 8,5 mil para o 2º lugar e R$ 7 mil para o 3º lugar. Estudantes do ensino médio classificados em 1º, 2º e 3º lugares receberam um computador e uma impressora cada um.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e o Colégio da Polícia Militar do Ceará ganharam na categoria mérito institucional – maior número de trabalhos com mérito científico inscritos – e vão receber R$ 30 mil.

O presidente do CNPq, Carlos Aberto Aragão, disse que o conhecimento científico precisa ser incentivado desde o ensino básico. “Precisamos de gente qualificada para fazer ciência, tecnologia e inovação. Esses são três instrumentos importantes para o avanço do desenvolvimento do país”, afirmou depois de anunciar os vencedores do prêmio.

Autor: Agência Brasil