Diante do crescimento previsto para a indústria de óleo e gás no Brasil, a Petrobras anunciou no início deste ano investimentos de US$ 174 bilhões para o seu Plano de Negócios no período de 2009 a 2013.
Para suprir a demanda de exploração, produção e até exportação do petróleo e derivados, parte desse e dos próximos investimentos serão aplicados no universo portuário. O gerente geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobras, José Luiz Marcusso, adianta, inclusive, que a estatal planeja instalar um novo porto no estado de São Paulo e um no estado do Rio de Janeiro.
Na avaliação de Marcusso, o planejamento desenvolvido há alguns anos para o Porto de Santos (SP) está se tornando realidade, com empresas já efetuando exploração de petróleo e megaprojetos envolvendo o campo de Tupi, previstos para serem iniciados em 2010. Apesar de contar com bases de operação em Itajaí (SC), Macaé (RJ) e na capital carioca, novos portos estão nos planos da estatal para dar conta da ampliação das atividades logísticas. Ainda de acordo com ele, a instalação desses portos não precisaria constar do Plano Geral de Outorgas (PGO), criado a partir de portaria assinada pelo ministro dos Portos, Pedro Brito.
O gerente da Petrobras observou ao PortoGente que a região de São Sebastião, que já conta com um porto instalado – e com projeto de expansão desenvolvido pelo governo estadual – é uma das regiões “com muito potencial”. Além da cidade do litoral norte paulista, outros locais estão sendo estudados pela empresa. Marcusso disse que municípios como Praia Grande, Itanhaém e Peruíbe têm muitas possibilidades de receberem unidades de apoio à atividade offshore.
Outros empreendimentos e realizações também são comentados com satisfação por Marcusso. A Petrobras está prestes a iniciar produção de óleo e gás nas áreas de Tiro e Sídon, no bloco BM-S-40 da Bacia de Santos. Essas áreas localizam-se a cerca de 210 quilômetros de Iguape e Ilha Comprida, no sul do litoral paulista. Os volumes estão estimados em aproximadamente 150 milhões de barris de óleo. Para o ano que vem, as atenções estarão voltadas para o início da produção comercial de gás natural com escoamento para Caraguatatuba no campo de Tupi, apenas três anos após a descoberta das riquezas dessa região.
Ainda no estado de São Paulo, a Comissão Especial de Petróleo e Gás do governo estadual está realizando um cuidadoso levantamento de áreas potenciais para instalação de empreendimentos da cadeia produtiva do setor. Marcusso elogia e salienta que a estatal apoia esse tipo de iniciativa, desde que conte com fornecimento de peças fabricadas no País. “A Petrobras tem sempre a prerrogativa de trabalhar com conteúdo nacional nesse tipo de construção. A Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato [em Caraguatatuba], por exemplo, leva 80% de conteúdo nacional”.
Autor: Porto Gente
