Porto do Recife (PE) espera comemorar até o próximo dia 10 de setembro a finalização da dragagem de aprofundamento que deixará o canal de acesso ao cais da capital pernambucana com 11,5 metros de profundidade. Será a única obra que integra o Programa Nacional de Dragagem (PND) concluída em 2009. O processo da dragagem em Recife deve fechar seu ciclo com cerca de sete meses de trabalho, já que o contrato foi assinado em 12 de fevereiro. “Não haverá contratempos. Dará toda a visibilidade que o Porto precisava”, garante o presidente Alexandre Catão.
A segunda parte da dragagem de aprofundamento começou no último dia 9 de agosto. A primeira fase foi executada de 17 de março a 1º de julho e dragou 1 milhão e 600 mil metros cúbicos da parte interna do Porto. Reunindo todas as etapas, a dragagem foi a maior dos 91 de história do Porto de Recife, que estava sem receber esse tipo de serviço há duas décadas. Catão disse à reportagem de PortoGente que a experiência foi excelente e contou com o profissionalismo de todos os envolvidos. Ele, agora, afirma estar na torcida para que os demais portos brasileiros também consigam dragar seus canais de acesso.
Nos últimos meses, o presidente do porto pernambucano realizou inúmeros contatos buscando a atração de velhas e novas cargas para o cais de Recife. Segundo ele, as operações com malte, que é distribuído para toda a região Nordeste, devem ser incrementadas, assim como acontecerá com os fertilizantes. Milho e trigo são outras mercadorias que Catão quer operar com intensidade no cais recifense.
Entretanto, a principal carga operada por Recife continuará sendo o açúcar, que é a principal força econômica do estado. “O açúcar está com o melhor preço dos últimos cinco anos. Os usineiros do estado me pressionavam porque não aguentavam mais deixar de ganhar [dinheiro]”. A situação anterior à dragagem era tão crítica que a extremidade de alguns berços registrava apenas cinco metros de profundidade.
A obra vai possibilitar uma redução de até 30% no preço do frete para cargas embarcadas e desembarcadas, informa Catão. Com esse trunfo em mãos, ele salienta manter contato permanente com armadores para gerar novos negócios frente ao remodelado Porto de Recife. Entre seus principais objetivos em curto prazo estão instalar um centro de distribuição de cabotagem para todo o Nordeste e abrir uma linha periódica para o continente africano.
Mesmo antes da finalização dos serviços de dragagem, navios de 10 e de até 10,2 metros de calado já estão navegando pelas águas da baía recifense e atracando nos berços disponíveis. Na avaliação do presidente, as obras que envolvem a esfera federal são muito complicadas para serem finalizadas, devido a todo o processo burocrático envolvido. A conclusão deverá ser um alívio para o ministro dos Portos, Pedro Brito, que também está ansioso pelo desfecho do serviço. “O ministro me liga quase todos os dias para saber da dragagem”.
Autor: Porto Gente
