O Porto de Salvador (BA) luta para receber mais contêineres e essa mudança passa pela expansão do terminal especializado. A grande discussão refere-se à maneira como isso ocorrerá: um aditamento de contrato para a Wilson,Sons – empresa que hoje explora o Terminal de Contêineres (Tecon) – ou a abertura de licitação, permitindo a concorrência entre outros grupos. A Companhia Docas da Bahia (Codeba) defende o aditamento, mas a decisão está com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que ainda estuda a possibilidade de abrir uma licitação.
O fato é que, independente da forma da ampliação, o porto da capital baiana deverá ganhar uma área de 169 mil metros quadrados e ter o cais estendido por mais 543 metros. O diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, disse ao PortoGente que os técnicos da Agência estão discutindo o que é possível fazer dentro do ambiente concorrencial e de regulação válido em território nacional.
A nossa determinação é sempre estimular as ampliações, mas não podemos fazer isso em detrimento da oferta de novos serviços para concorrência, beneficiando a sociedade. A ideia é que se abra uma licitação em Salvador e também em Aratu, que tem espaço adequado para um novo terminal de contêineres a ser ofertado. Nós estamos discutindo com a Codeba a melhor forma de tratar essa proposta apresentada para fazer uma grande ampliação em Salvador, triplicando a área do terminal existente”.
A diretoria e parte do corpo técnico da Antaq estiveram nos últimos dias 17 e 18 de agosto na Bahia para discutir os futuros investimentos nos portos do estado. O fato é que a Codeba defende o aditamento contratual por analisar ser essa a alternativa mais ágil para modernizar a estrutura portuária de Salvador.
A necessidade de aperfeiçoamento da infraestrutura dos portos baianos também foi realçada por Fialho,
que vê grande potencial no estado e em todo o Nordeste, devido à demanda crescente de embarques e desembarques de cargas naquela região.
Procurada pela reportagem do PortoGente, a Codeba informou, via assessoria de imprensa, que não recebeu nenhuma documentação da Antaq e segue aguardando uma posição oficial da Agência sobre a ampliação do Porto de Salvador. Há um mês, o ex-presidente das Docas e hoje diretor de Gestão Administrativa da estatal, Newton Dias, deixou claro que a empresa DTA fez um estudo que comprovou ser mais vantajoso o aditamento do contrato da Wilson,Sons. A posição da Codeba não mudou, mesmo com a troca de comando e a chegada de José Rebouças à entidade.
Já a empresa Wilson,Sons foi contatada por telefone e por e-mail na tarde da última sexta-feira (28) pelo PortoGente, porém não enviou resposta até o fechamento da matéria. À comunidade portuária, resta aguardar pelos próximos capítulos de uma novela que interessa a muita gente. Ninguém falou em prazos, mas sabe-se que a ampliação do Tecon Salvador é importante e poderia ter sido feita há muitos anos. Recuperar o tempo perdido é um desejo da Codeba e uma necessidade histórica do Porto de Salvador.
Autor: Porto Gente
