Guarujá defende alterações no traçado da ponte estaiada

A Prefeitura de Guarujá propôs uma mudança no traçado da ponte estaiada que o Governo de São Paulo planeja construir, ligando a cidade à Ponta da Praia, em Santos. De acordo com o secretário de Infraestrutura Urbana e Desenvolvimento do município, Duino Verri Fernandes, a construção da rampa de acesso com 22 metros de largura na Avenida Adhemar de Barros, usada atualmente para acesso à travessia de balsas, é inviável devido à necessidade de desapropriações.

“A Adhemar tem 23 metros (de largura). Com isso, parte da rua, do lado direito e do lado esquerdo, terá que ser desapropriada e o custo é altíssimo”, declarou Fernandes, ontem, após o secretário de Estado dos Transportes de São Paulo, Mauro Arce, apresentar ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos as informações sobre o projeto preliminar da ponte.

O trecho apontado por ele como passível de desapropriação engloba estabelecimentos e prédios comerciais, além de residências.

Fernandes disse ainda que, atualmente, a Avenida Adhemar de Barros só comporta o tráfego anual de 7 milhões de veículos porque ele é cadenciado pelas balsas. “O fluxo, sendo constante, vai dar um problema muito grande para o Centro de Guarujá. Nós só temos uma via de acesso ao Centro, que é a Adhemar, passando pela (Avenida) Puglisi”.

O secretário deixou claro que a Prefeitura é favorável à construção da ligação seca, mas informou que, para isso, pedirá a mudança do traçado para a área de mangue localizada no caminho para a empresa Dow Química. “A alternativa é desviar esse fluxo para a região Leste. A nossa proposta é que essa ponte faça uma curva, passe em frente ao Iate Clube, acompanhe a área de mangue e saia ao lado da DowQuímica”.

Se o pedido da Prefeitura for atendido, o traçado ligará a Avenida Mário Covas (Portuária), em Santos, diretamente à Avenida Santos Dumont e à Rodovia Cônego Domênico Rangoni (Piaçaguera-Guarujá). O secretário disse que essa solução certamente demandará licenciamento ambiental, porque corta uma área de mangue, mas não prevê grandes dificuldades para que isso ocorra. O motivo, segundo ele, é que apenas os pilares seriam construídos dentro do mangue, e não toda a estrutura da ligação seca. Ele afirmou também que, por não envolver desapropriações, este traçado sairia mais barato do que a opção aventada pelo Estado.

A Prefeitura de Guarujá apresentará oficialmente esta proposta ao secretário Mauro Arce, após afinar o discurso com a Prefeitura de Santos. Durante a reunião, Arce declarou que a localização da rampa de acesso à ponte ainda não está fechada.

Também participaram da reunião o prefeito de Santos, João Paulo Papa, o secretário de Assuntos Portuários de Santos e presidente do CAP, Sérgio Aquino, e o representante do Estado no CAP, Frederico Bussinger, além de empresários e sindicalistas que integram o conselho.

Autor: A Tribuna