Estudo do BID vai mostrar melhor destino para áreas

A futura ordem de distribuição de cargas por áreas no Porto de Santos e a nova configuração dos terminais serão definidas apenas quando o estudo de demanda e de expansão do complexo, em fase de elaboração pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), for concluído, em novembro próximo. A tendência, no entanto, é que haja a unificação de áreas, criando instalações de maior porte, seguindo os padrões dos principais portos do mundo. 

De acordo com o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, a primeira regra na cartilha da empresa para renovar a exploração de áreas no cais santista é promover as licitações. Já a segunda é aplicar as orientações do estudo do BID, contou ele. O levantamento ficará pronto até dezembro.

“Tudo que orientará o nosso processo de licitação resultará do estudo do BID, que será o norte para a gente saber o que deve e o que vai acontecer com cada área. Então, os contratos com vencimento a partir de 2011, 2012 só serão encaminhados pela Codesp, de fato, com uma visão do BID”, destaca.
Serra afirma que o estudo detalhará como ficará a distribuição de mercadorias no Porto, no futuro. Por exemplo, o levantamento indicará se uma determinada região será melhor aproveitada para operação de contêineres ou de granéis. 

Por conta deste levantamento ainda não ter sido concluído, a situação de regiões portuárias, como o Saboó e o Corredor de Exportação, está indefinida. Esses trechos são uma espécie de “colcha de retalhos”, com terminais pequenos e que movimentam cargas distintas entre instalações vizinhas. 

O caso do Saboó é até mais emblemático. No local, há terminais de contêineres, de veículos e de embarque de suco de laranja, neste caso administrado pela empresa Cutrale, cujo vencimento ocorre este ano. 

Por conta disso, a Codesp planeja alternativas diferenciadas para a instalação da Cutrale. “Não dá para separar uma área como essa e licitar por licitar. A Cutrale não terá um tratamento isolado dos demais senão eu vou reproduzir o modelo de hoje, que é uma colcha de retalhos no Porto de Santos. Ela está iencrustrada dentro de uma área que tem contratos periféricos que também vão vencer em dois, três anos”. 

O levantamento do BID levará em conta contratos com vencimentos mais distantes. Do mesmo modo que os que se encerram em três anos, o estudo abordará uma nova distribuição de cargas para os que expiram, por exemplo, em até dez anos. 

Serra lembra que ainda serão apontadas as alternativas para operações pouco prestigiadas no cais santista. Ele se refere principalmente aos embarques de veículos e cargas de projeto (em geral, superdimensionadas) que, na sua opinião, merecem instalações especializadas.

Autor: A Tribuna