Produtos agrícolas recuperam portos

Depois de certa apreensão por conta da queda da demanda de cargas decorrente da atual turbulência econômica, a exportação de produtos agrícolas, como açúcar, soja, café e milho, contribuiu no primeiro quadrimestre de 2009 para puxar a alta da movimentação de dois dos maiores portos do País. No sul, a Administração Portuária de Paranaguá e Antonina (Appa) viu o total de cargas de janeiro a abril subir 1,03% em relação aos quatro primeiros meses de 2008, e o maior porto do País, o de Santos, administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), apresentou resultado semelhante, com alta total de 1,3%, no mesmo período observado, tendo registrado recorde histórico em abril, provando a tendência de recuperação do setor portuário.

“Os números falam por si quando em um quadrimestre, embutido no período da crise, o Porto de Santos voltou a crescer”, comentou José Roberto Correia Serra, diretor presidente da Codesp, ao revelar que o crescimento de 10% no quarto mês do ano foi decisivo para elevar o acumulado, com destaque principalmente para aos embarques de produtos agrícolas, que foram determinantes para garantir os resultados. Aliás, o Porto de Santos continua liderando o ranking da participação dos portos na balança comercial, tendo atingido nos primeiros quatro meses do ano a casa dos US$ 22 bilhões, o que corresponde a mais de 27% do total brasileiro.

A movimentação total de cargas em Santos atingiu o total de 6,8 milhões de toneladas em abril passado e foi considerado recorde histórico pela Codesp, sendo que o envio de mercadorias para fora do País, foi o grande responsável pelo desempenho positivo, não só pelo agronegócio, mas também com a forte contribuição dos derivados do petróleo.

Ao todo, as exportações responderam por mais de 70% da demanda do porto santista, e ainda registraram aumento de 18,8% no quadrimestre, sendo que só no mês abril elas subiram 24,1%, impulsionadas por commodities agrícolas como açúcar, soja, café e milho, além de derivados de petróleo – a exemplo do óleo diesel, da gasolina e o óleo combustível.

Só o açúcar elevou seu envio em 113,2% no quarto mês do ano, em comparação à abril de 2008. Já o complexo soja, (soma da soja em grãos e soja peletizada), saltou 22,6% em época idêntica. O milho, por sua vez, apresentou uma peculiaridade, reduziu em mais de 80% sua movimentação de abril, mas, por outro lado, no consolidado anual, superou em mais 350%, o mesmo quadrimestre do ano passado.

Veículos

Na contramão dos outros produtos que aceleraram as exportações, os veículos estiveram entre os poucos itens que aumentaram a importação: em Santos foram recebidos 8,655 mil carros, um aumento de 10,3%, se comparado aos pouco mais de 7 mil recebidos nos quatro primeiros meses de 2008, a pesar das dificuldades que vivem o setor. Ainda que haja um ambiente de retração na indústria automotiva mundial, a Codesp acaba de declarar a Union, subsidiária do grupo Santos Brasil , como vencedora da licitação pela concessão do Terminal de Exportação de Veículos (TEV.

A empresa ofertou à Codesp a quantia de R$ 114 milhões, contra o preço mínimo de R$ 105,6 milhões estipulado na concorrência. A CargoLog Operadora de Transportes Multimodais, ligada à Libra Terminais, ficou em segundo lugar, com a oferta de R$ 20 milhões.

Portos do Paraná

A tendência de recuperação da movimentação de cargas, por conta da alta nos produtos agrícolas, também foi observada nos Portos do Paraná, administrados pela Appa. Lá, a movimentação de cargas saltou 1,03%, passando a casa das 7,5 milhões de toneladas, sendo que os granéis sólidos (milho, soja, açúcar e farelos), cresceram quase 8% e foram responsáveis pelo impulso a leve alta do período, comparando com o primeiro quadrimestre de 2008.

Por outro lado, os derivados do petróleo, reduziram mais de 50%, ao contrário do que aconteceu em Santos. O volume de importações também apresentou forte recuo, ao caírem 54,5 %, em relação aos quatro primeiros meses do ano anterior. Os principais responsáveis pela queda no Paraná, foram as cargas gerais e os granéis sólidos, que foram importados em quantidade bem menor, na época analisada pelo balanço.

Mesmo diante da oscilação na demanda, especificamente o Porto de Paranaguá continua a responder por uma boa parcela da balança comercial do Brasil, ficando atrás apenas do Porto de Santos, e as docas administradas pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa).

De acordo com a Appa, informação da Alfândega de Paranaguá, que toma como base a arrecadação de impostos gerados com a movimentação portuária, também no primeiro quadrimestre de 2009, indica que no período, a soma das exportações e das importações desembaraçadas por lá totalizou US$ 5,1 bilhões.

“As estatísticas revelam que Paranaguá foi um dos que mais sustentou a balança comercial do País”, analisou Fernando Sottomaior, auditor-fiscal. Nos primeiros meses de 2009, o porto administrado pela Appa, foi responsável por uma participação de 8,6% do valor gerado pelas exportações no Brasil.

Às vésperas da publicação do Plano Geral de Outorgas (PGO), que vai definir o modelo de investimento e modernização dos portos, dois dos principais portos do País, o de Santos e o do Paraná, retomam elevado movimento de cargas, depois de um período de apreensão por causa da crise econômica. Segundo fontes ouvidas pelo DCI, o PGO deve sair nos próximos dias.

No maior porto do País, administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), houve recorde histórico no mês de abril e alta de 1,3% no primeiro quadrimestre de 2009, comprovando a recuperação. “Em um quadrimestre embutido no período da crise, o Porto de Santos voltou a crescer”, disse José Corrêa Serra, diretor presidente da Codesp, que revelou salto de 10% no quarto mês do ano. Ele destacou as exportações de açúcar, soja, café e milho como determinantes do desempenho. Santos permanece na liderança de participação na balança comercial, com US$ 22 bilhões até abril.

No Sul, a Administração Portuária de Paranaguá e Antonina também viu o volume de cargas subir 1,03% de janeiro a abril, com salto de quase 8% nos agrícolas. No Porto de Paranaguá, a soma das exportações e importações totalizou US$ 5,1 bilhões.

Autor: DCI