Trecho Norte do Rodoanel deve custar R$ 5 bilhões

O secretário estadual de Transportes, Mauro Arce, afirmou ontem que o governo do Estado calcula em R$ 5 bilhões a construção do trecho Norte do Rodoanel, na região da serra da Cantareira. Será o segmento mais caro do complexo.
Já para a construção do trecho Leste, o custo estimado é de R$ 3,5 bilhões. A partir de agora, o governo começa a fazer as audiências para a concessão da obra para a iniciativa privada. A ideia é que o processo esteja concluído até o fim do ano.
O Estado planeja a adoção de um mesmo modelo de concessão: os consórcios vitoriosos se encarregam da construção da estrada para, depois, cobrarem os pedágios. Ganha a licitação quem oferecer a menor tarifa.
Arce diz que, embora tenha apenas 18 quilômetros, o trecho Norte sairá mais caro por conta da topografia. Segundo Arce, serão necessárias desapropriações, ainda que o governo já tenha decidido que a estrada não passará pela serra da Cantareira.
“Não vai passar na serra. Ou vai passar para dentro ou para o outro lado”, disse o secretário, explicando que o trecho final é também “complicado do ponto de vista ambiental”.
“O trecho final tem 18 quilômetros. Metade de viaduto, metade de túnel”, afirmou.
Segundo Arce, a previsão é que todo o Rodoanel esteja concluído antes da Copa de 2014, que ocorrerá no Brasil. “É possível terminar os 170 quilômetros do Rodoanel como um todo antes da Copa do Mundo, lá para maio de 2014”, disse.
A Secretaria dos Transportes do Estado fixou em R$ 3,8 bilhões o volume de investimento necessário para a nova concessão a ser realizada pelo governo, no litoral norte.
Pela proposta, as rodovias de acesso ao litoral norte e a Campos de Jordão -Mogi-Bertioga (SP-98), Tamoios (SP-99), Oswaldo Cruz (SP-125), Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) e a SP-55 -Rio-Santos (trecho Guarujá-Ubatuba)- serão incluídas num mesmo pacote. 

Ganha o consórcio quem se dispuser a fazer os investimentos com a adoção de menor pedágio. Assim como nas outras rodovias concedidas, o teto da tarifa aplicável seria de R$ 0,10 por quilômetro duplicado e de R$ 0,07 por quilômetro simples. Como a obra requer grandes investimentos, o governo vai arcar com parte das despesas, em uma PPP (parceria público-privada) patrocinada. 

De acordo com o secretário estadual -que defende a instalação de um número significativo de praças de pedágios ao longo das estradas para que todos paguem-, o processo de concessão deverá estar concluído num prazo de até três meses. 

Sul 

Ontem, a Secretaria dos Transportes doou 47 equipamentos -incluídos duas lanchas e oito motos- à Polícia Militar Ambiental como parte do acordo de compensação pela construção dos 61,4 quilômetros do trecho Sul do Rodoanel. 

A obra custará R$ 4 bilhões, sendo dois terços pagos pelo Estado e um terço pela União.
Segundo relatório do secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, foram cumpridos 72% das exigências feitas para a concessão de licença para obras. O programa prevê a instalação de pavimento especial para redução de ruídos. 

A criação de quatro áreas de conservação na capital está ainda em fase de desapropriação. Já a revitalização do parque Pedroso, no município de Santo André, na Grande São Paulo, ainda não foi iniciado porque depende da retirada de 17 famílias do local. 

Quanto à aquisição de terras indígenas, no valor de R$ 2 milhões, o governo ainda espera uma definição da Funai sobre o assunto.

Autor: Folha de S. Paulo