Dos lixões, os gases podem virar energia

Coordenador do GRS ressaltou que a célula é pequena, mas gera uma energia que seria suficiente para atender as necessidades operacionais do aterro 

Em Pernambuco existe apenas um modelo de recuperação dos gases e transformação em energia. Ainda piloto. A célula experimental localizada no aterro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, foi idealizada pelo Grupo de Resíduos Sólidos da UFPE e desenvolvida em parceria com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

No local, os estudiosos podem analisar o comportamento da decomposição do lixo e as melhores estratégias de aproveitar esses gases. A expectativa é que gere uma potência de 30 kilowatts (kW) a partir da decomposição do material depositado no local.

O coordenador do GRS, Fernando Jucá, ressaltou que a célula é pequena, já que é experimental. Mas gera uma energia que seria suficiente para atender as necessidades operacionais do aterro. O projeto vem sendo desenvolvido há quase três anos.

“Esse é o primeiro projeto desenvolvido no país com esses moldes, pois o aterro Bandeirantes, em São Paulo, já opera com biogás. Mas não teve essa pesquisa antes”, ressaltou. A energia do aterro (biogás) égerada pela mistura de metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e outros gases em menor proporção, que surgem da decomposição.

Além da transformação em biogás, os gases emitidos podem ser usados no mercado de crédito de carbono, que são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão dos GEE.

Os países que não conseguirem atingir as metas estabelecidas, como as estipuladas pelo Protocolo de Quioto, podem compensar comprando créditos de carbono (CO2) de outros países (em geral, em desenvolvimento por não serem tão poluidores quanto os desenvolvidos).

“O dinheiro que poderia ser arrecadado com as emissões de Pernambuco poderia voltar e ser investido em melhorias no tratamento dos resíduos”, destacou. Cada crédito de carbono varia no mercado de US$ 5 a US$ 20.

Autor: Chesf