O túnel Santos-Guarujá deverá ser iniciado em 2009. A informação foi dada pelo governador José Serra durante a inauguração do primeiro AME (Ambulatório Médico de Especialidades), em Santos. De acordo com Serra, o processo de licitação da construção está orçada em cerca de R$ 450 milhões e ocorrerá no primeiro semestre. Atualmente, a interligação entre as duas cidades litorâneas paulistas são feitas por meio de balsas.
Serra afirmou que as balsas cumprem um papel importante, mas reconhece que é um meio precário de transporte. “Ter um túnel significará fluidez”, afirmou. Os ferry-boats costumam ser alvos de reclamações de turistas e de moradores em razão da espera e filas. Complexificando ainda mais o transporte, as embarcações também devem respeitar questões de segurança para navegar, como por exemplo, a velocidade do vento. O governador também considera executar futuramente um túnel apenas para caminhões para dar vazão ao transporte de mercadorias.
As balsas não serão desativadas após a conclusão do túnel. O meio de transporte marítimo continuará operando como um sistema complementar. De acordo com a Dersa, 24 mil veículos por dia utilizam a balsa na interligação entre as duas cidades. Há ainda cerca de 14 mil bicicletas que diariamente passam pelo sistema.
O conceito de realizar o túnel não é uma novidade. O projeto é previsto desde 1947 pelo Plano Regional de Santos, elaborado pelo urbanista Prestes Maia. O CBT (Comitê Brasileiro de Túneis) divulgou em 2008 estudos. O órgão aponta que a melhor opção é a execução de um túnel submerso – segmentos pré-moldados que são submersos e aterrados após dragagem. “É uma opção muito mais barata que a ponte, que exigiria uma rampa de aproximação muita longa”, analisou Tarcísio Barreto Celestino, presidente da CBT.
O tráfego marítimo de navios de grande porte também exigiria a execução de uma ponte alta e mais onerosa. Celestino aponta ainda que o sistema possui baixo impacto ambiental e praticamente independe das condições geológicas do local.
O estudo do CBT se baseia no modelo de concessão. No total, deverão ser investidos R$ 650 milhões em cerca de 650 m de túnel. O montante, segundo o CBT, deve ser recuperado dentro de 15 anos, se considerado o atual valor utilizado nas passagens das balsas.
Autor: PINEWeb
