Pedágio urbano: uma solução em debate

Promovido pelo Instituto de Engenharia e pela Fundação Dom Cabral, o Seminário de Mobilidade Urbana foi realizado hoje (12 de novembro), no Centro Britânico Brasileiro, em São Paulo. Com os objetivos de discutir os impactos dos congestionamentos na economia e na vida da população e de apontar soluções para o problema, o evento contou com a presença de renomados especialistas nacionais e internacionais. 

A mesa dos trabalhos foi aberta pelo presidente do Instituto de Engenharia, Edemar de Souza Amorim. Em seguida, Paulo Resende, professor responsável pelo Núcleo de Infra-estrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, falou que, para enfrentar o problema da mobilidade urbana, o governo deve ter um planejamento integrado e uma visão social equilibrada, além de garantir a continuidade de projeto. 

O Prof. Dr. Fernando MacDowell, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou a necessidade de um planejamento integrado com três grupos de equilíbrio: urbanístico, econômico, social e ambiental; técnico e operacional e financeiro. Como exemplo, destacou o metrô e o sistema de ônibus do Rio de Janeiro. Sua sugestão para São Paulo é a construção de um aeromóvel. 

O papel do gestor público foi tema do diretor-presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), Jurandir Fernandes. Desperdício, aumento da máquina e corrupção são os principais problemas da gestão pública. “Precisamos conter esses ralos para que a gestão pública seja eficaz.” Segundo ele, um bom administrador precisa ter uma visão estratégica pensando na gestão operacional, médio e longo prazos. 

O diretor da TTC Engenharia de Tráfego, Elmir Germani, apresentou algumas soluções de curto, médio e longo prazos para melhorar a mobilidade em São Paulo. Uma das sugestões é a cobrança pelo uso das vias. No entanto, para que isso aconteça há necessidade de vontade política, aprimoramento do transporte coletivo, transparência no uso dos recursos arrecadados e aceitação pública. 

Jack Opiola, consultor da Booz & Company’s Strategy Business, expôs sua experiência ao implementar pedágios urbanos em Cingapura, Londres, Estocolmo, Milão e Manchester. O projeto deve responder a sete perguntas: quais os objetivos, quem terá isenções, quanto custará, quem receberá a receita, será justo, quem vai determinar o valor e quem vai liderar. 

No encerramento, o vice-presidente do Instituto de Engenharia Dario Rais Lopes enfatizou a importância do seminário e da discussão do tema. Paulo Resende completou dizendo que um documento será redigido com as principais propostas para melhorar a mobilidade urbana e que será entregue aos órgãos competentes na primeira semana de dezembro.

Autor: Fernanda Nagatomi