José Ayres de Campo: “o engenheiro é o intérprete das demandas da sociedade”

Promovido pela Cnec, empresa do Grupo Camargo Correa, o workshop ‘Infra-estrutura de A a Z: como implementar projetos no Brasil’, reuniu especialistas em planejamento, licenciamento e execução de obras, nas esferas governamental e privada, para dois dias de trabalho exclusivo com a imprensa. 

O presidente da empresa, José Ayres de Campos, explicou que a empresa atua em diversos segmentos de mercado. Ajudou a concretizar várias obras de infra-estrutura no Brasil e no exterior, sempre preocupada com a sustentabilidade. 

Com 50 anos de criação, atua em todas as etapas e implantação de infra-estrutura, transportes, refino de energia e logística. “Transformamos idéias em realizações. Identificamos, viabilizamos, fazemos o projeto básico, executamos e operacionalizamos para o sucesso do empreendimento”, disse. Para ele, “o engenheiro é o intérprete das demandas da sociedade. O objetivo do engenheiro é suprir as necessidades de consumo”. 

Para falar sobre a legislação ambiental e seus intervenientes, o convidado foi o advogado Edis Milare, especialista em Direito Ambiental. Ele afirmou contundentemente que a legislação ambiental é necessária para superar quaisquer crises nesta área. “A Constituição Brasileira, de 1988, permitiu a criação de leis orgânicas, para o Estado e Município, fazendo com que eles se tornem entidades autônomas” comentou. Para ele, o que falta é uma ‘cartilha’, com informações simplificadas em que a população também possa entender a legislação. 

Márcia Camargo, Coordenadora Executiva do Ministério do Meio Ambiente, discorreu sobre o aumento do consumo de energia elétrica, que até 2030 estará triplicado. Ela falou sobre a matriz energética brasileira, sendo que a hidráulica corresponde a 85,4% do total utilizado, diferente do restante do Mundo, em que esta cifra é de 16,3%. 

“Nossa matriz está muito estável, temos fontes alternativas, quando necessário e não dependemos da sazonalidade”, argumentou. Para ela, a construção de novas hidrelétricas ajudarão a garantir o abastecimento, sem esquecer das novas fontes alternativas de energia, como o biodiesel e energia eólica. 

Para encerrar os trabalhos do dia, o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, explicou a reformulação da Eletrobrás, em que a empresa passou a ser uma holding, em que as empresas de energia que não foram privatizadas farão parte deste grupo. As que terão atenção especial são: Cepisa, Ceal, Ceron, Manaus Energia e BV Energia. Ele também mostrou como está o andamento das construções da hidrelétricas na Região Amazônica. 

“Assumimos a liderança na energia, da mesma forma que a Petrobras assumiu no setor petrolífero”. Finalizou, informando que a empresa terá brevemente ações na Bolsa de Valores.

Autor: Viviane Nunes