Novo aeroporto de SP também será privado

Além do Galeão, no Rio, e de Viracopos, em Campinas, o novo aeroporto de São Paulo também será entregue à iniciativa privada. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou ontem que está em estudo a concessão privada para a construção do novo aeroporto. O custo é estimado em R$ 5 bilhões. Ainda não há local escolhido nem data para o início das obras. 

Segundo Jobim, Galeão e Viracopos estarão sob gestão privada já em 2009. “O presidente determinou estudos da concessão do Galeão e de Viracopos e análise da concessão para construção do quarto aeroporto de São Paulo. Esperamos no ano que vem ter condições de lançar o edital (Galeão e Viracopos) e ter esse assunto resolvido. O fundamental é o edital.” 

“Não é um edital comum. Prevê uma série de situações de prestação de serviços. Poderemos então dimensionar também a Infraero vis-à-vis uma operação privada. Teremos uma noção dos ajustamentos necessários”, disse ele, após solenidade no porta-aviões São Paulo, no 1º Distrito Naval. 

Jobim afirmou que a decisão do governo de privatizar aeroportos não impede a abertura do capital da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros. Até agora, tanto Jobim quanto o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, defendiam a abertura do capital, em vez da privatização. O principal argumento de Gaudenzi é que só 10 dos 67 aeroportos da Infraero são lucrativos e seriam os únicos a interessar à iniciativa privada. 

A escolha do Galeão e de Viracopos, informou Jobim, foi feita por serem “aeroportos-chave”. No caso do Galeão, pesou o fato de a cidade concorrer a sede das Olimpíadas de 2016. “Asseguramos uma nota melhor no aspecto aeroporto para o Rio de Janeiro”, afirmou. 

Viracopos, explica, vai para mãos privadas pela urgência na sua ampliação para desafogar Congonhas e Cumbica, em Guarulhos. Quanto ao novo aeroporto paulista, o ministro não arrisca prazos para início das obras nem para a entrada em operação. O estudo para escolha do local deve custar R$ 40 milhões e a compra e preparação do terreno, R$ 2 bilhões. 

Em julho de 2007, em plena crise aérea, o governo anunciou a construção do aeroporto como uma das medidas cruciais para desafogar Congonhas e falou em gestão de parceria entre o setor público e o privado. Chegou a fixar prazo de três meses para escolha do município onde seria construído. Dez dias depois, porém, recuou e avaliou que não havia tanta urgência. 

A coordenação dos estudos para concessão privada dos três aeroportos ficará a cargo do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Jobim reiterou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “determinou também a formulação de uma política de pessoal no sentido de aproveitamento de funcionários da Infraero que operam tanto no Galeão quanto em Viracopos”. Não esclareceu, no entanto, como os servidores públicos – muitos deles concursados e com estabilidade -, poderão ser absorvidos por empresas privadas.

Autor: O Estado de S.Paulo