Consórcio liderado por franco-belga Suez vence leilão para usina Jirau

O consórcio Energia Sustentável, capitaneado pela franco-belga Suez, acaba de vencer o leilão para a concessão da usina hidrelétrica Jirau, a segunda do complexo do rio Madeira (RO). A vitória veio após o consórcio se dispor a cobrar R$ 71,40 por megawatt-hora (MWh), com um deságio de 21,53% em relação ao preço teto estabelecido pelo governo, de R$ 91 por MWh.

O grupo vencedor é formado pela Suez (50,1%), além de Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (9,9%), Eletrosul Centrais Elétricas (20%) e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf (20%).

Saiu derrotado o consórcio Jirau Energia, liderado pela Odebrecht. O processo durou apenas sete minutos (assim como no leilão da usina de Santo Antonio, também do Madeira) e foi encerrado já na primeira fase, dos lances no escuro. Isso significa que a diferença entre as ofertas dos dois consórcios foi superior a 5%.

O consórcio vencedor foi formado para fazer frente ao poderio do grupo liderado pela Odebrecht, que no leilão de Santo Antônio surpreendeu o mercado ao oferecer um deságio vitorioso de 35% sobre o teto estabelecido para aquele empreendimento. Na ocasião, Suez e Camargo Corrêa disputaram entre si.

Agora, o consórcio terá um prazo de 20 dias para entregar os documentos referentes à habilitação. Depois irá aguardar a homologação do leilão para formar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e entregar a documentação exigida para receber a outorga da concessão.

Em paralelo, deverá providenciar os documentos referentes à licença ambiental para a instalação da usina.

Os investimentos previstos para a construção foram orçados em cerca de R$ 8,7 bilhões pelo governo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar até 75% do total.

Jirau terá capacidade instalada para gerar 3,3 mil MW, porém só poderá entregar efetivamente 1,975 mil MW. A previsão para o início da operação é janeiro de 2013 e o prazo para a conclusão do projeto é de 7,5 anos, contados a partir do início das obras.

Autor: Valor Econômico