Petrobras quer captar US$ 5 bilhões este ano para aplicar na pré-sal

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que a companhia pretende captar, até o final do ano, US$ 5 bilhões no mercado de capitais. O executivo não revelou por meio de qual ferramenta captará os recursos, mas disse que “provavelmente será por meio da emissão de bônus”. Segundo ele, os recursos serão utilizados para investimentos na área da camada pré-sal, na Bacia de Santos, que está sendo explorada pela estatal. O pré-sal é uma camada de reservatórios que estão no subsolo do litoral do Espírito Santo a Santa Catarina, ao longo de 800 quilômetros, em lâmina de água que varia entre 1,5 mil e 3 mil metros de profundidade (área do subsolo marinho que terá de ser perfurada) entre 3 mil e 4 mil metros de distância da costa. 

Durante entrevista em Houston, nos Estados Unidos, Gabrielli não comentou o potencial das reservas. “Nós não sabemos”, respondeu ao ser questionado. Segundo ele, que participa da Offshore Technology Conference (OTC), é preciso aguardar a realização dos testes para afirmar com precisão o potencial das reservas.
Preço 

Gabrielli afirmou que o preço do petróleo continuará “elevado e mais volátil”. “Há oferta e demanda para preços elevados”, disse. Contudo, na avaliação do executivo, não há motivos para o preço cair ou subir muito a partir de agora, dada a conjuntura internacional. O executivo ressaltou que as negociações do óleo no mercado financeiro podem provocar volatilidade. 

Ontem, os contratos futuros de petróleo fecharam acima de US$ 120 por barril pela primeira vez na New York Mercantile Exchange (Nymex) e fecharam em nível recorde também na Intercontinental Exchange (ICE, de Londres), nesta terça-feira. O mercado mostrou convicção de que os preços altos não vão provocar uma redução na demanda global pelo produto. 

O Departamento de Energia dos EUA divulgou relatório prevendo que o preço médio do barril deverá superar os US$ 114 no segundo semestre. O documento prevê que a demanda dos EUA sofrerá redução de 190 mil barris por dia (BPD) neste ano, para a menor média anual desde 2003, mas que o consumo nos países emergentes fará a demanda global crescer 1,4% em 2008, para 86,6 milhões de bpd. 

Os analistas de petróleo do Goldman Sachs divulgaram nota dizendo ser “cada vez mais provável” que os preços subam para US$ 150 a US$ 200 por barril entre seis meses e dois anos.Há três anos, a mesma equipe de analistas havia colocado o mercado em polvorosa ao prever que os preços subiriam para a casa dos US$ 105 por barril.

Autor: DCI – Juliana Ennes