A servidão tecnológica: entre o determinismo e o imperativo tecnológicos e a perda da imaginação existencial

1- Introdução

Desde o domínio do fogo e das ferramentas líticas, a técnica foi vista como extensão das capacidades humanas, permitindo dominar ambientes e transformar condições de vida (Ellul, 1954). Com o tempo, o acúmulo de artefatos e sistemas técnicos consolidou a técnica como estrutura autônoma, condicionando não apenas os meios, mas também os fins humanos (Winner, 1977). A passagem do homo faber ao homo technologicus (Postman, 1993) ocorreu em meio a resistências, mas foi acompanhada por transformações sociais profundas, tornando a técnica vetor inevitável de progresso e reorganização da vida.

Na contemporaneidade, algoritmos influenciam desde o consumo até políticas públicas, dispositivos biométricos monitoram corpos e plataformas educacionais padronizam práticas pedagógicas (Silva; Gretschischkin, 2024). Esse cenário, intensificado pela Inteligência Artificial, exige reflexão crítica sobre a técnica como destino, questionando os limites entre instrumento e imperativo, liberdade e heteronomia, progresso e servidão.

Neste contexto, esse artigo examina a servidão tecnológica sob perspectiva filosófica, integrando determinismo tecnológico, imperativo técnico e perda da imaginação existencial. Com metodologia crítica fundamentada em Jacques Ellul, Langdon Winner, Hans Jonas e Andrew Feenberg, analisa-se como a técnica transita de ferramenta a destino, moldando desejos, práticas e estruturas de poder e apresenta, ao fim, uma síntese contextual com propostas de saídas para essa encruzilhada tecnológica.

Clique aqui para ler o artigo completo

*O conteúdo textual e as imagens utilizadas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor. O Instituto de Engenharia não se responsabiliza pelas informações, opiniões ou materiais apresentados.

________________________________________________________________________

“A servidão tecnológica: entre o determinismo e o imperativo tecnológicos e a perda da imaginação existencial”

Autor: Ali Kamel Issmael Júnior

Mestre (CEFET-RJ) em Engenharia Elétrica, nas subáreas de Sistemas Eletrônicos Industriais e Inteligência Artificial, especialista em Análise do Ambiente Eletromagnético (ITA), bacharel (UERJ) em Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas Eletrônicos, e técnico (CEFET-RJ) em Eletrotécnica. Oficial Superior do Corpo de Engenheiros da Marinha do Brasil (MB), no posto de Capitão de Mar e Guerra (EN). Atualmente, é aluno do Curso de Política e Estratégia Marítimas (C-PEM) 2025, da Escola de Guerra Naval (EGN).