Discurso de Eduardo Lafraia na cerimônia do Dia do Engenheiro 2020

Por Eduardo Lafraia, presidente do Instituto de Engenharia

Boa noite a todos e a todas,

Estamos aqui esta noite para celebrar o Dia do Engenheiro. Profissão que não surgiu, ela simplesmente existiu. Desde a primeira pessoa que inventou uma ferramenta para caçar até a variedade de invenções atuais, a Engenharia sempre esteve presente, modificando o meio em que vivemos*.

Para comemorar a data vamos reconhecer os profissionais que se dedicam à Engenharia e que encontraram no Instituto o espaço onde podem mostrar seus projetos, conceitos e perspectivas. Profissionais que, voluntariamente, por meio das nossas Divisões Técnicas, compartilham seus conhecimentos levando a todos oportunidades de reciclagem profissional, debates e formação de grupos de estudos com a visão ainda maior de trabalhar pelo desenvolvimento do País e a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade.

Vamos homenagear também os profissionais da imprensa, que com o poder da palavra ajudam a mostrar a importância da Engenharia para a resolução de problemas de caráter econômico e social.

Serão homenageados também os jovens engenheiros e engenheiras que estão ingressando no mercado de trabalho e que, brilhantemente, se destacaram em suas turmas como melhores alunos de diversos cursos de Engenharia e que desejamos que sejam o nosso amanhã, que continuem crescendo, se desenvolvendo e façam parte do objetivo maior dessa Casa, que é levar Engenharia – isenta e de qualidade – para os quatro cantos desse País.

Com o olhar de transpor fronteiras, toda a nossa diretoria se dedicou nestas duas gestões a tornar o Instituto de Engenharia híbrido, com eventos, reuniões e cursos on-line e presencias, dando a todos a oportunidade de participar em qualquer lugar do mundo.

Nesse contexto, aproveito para convidar todos os profissionais de engenharia e de outras áreas para se associarem a nossa Casa. Aqui você adquire conhecimento; aqui você transmite conhecimento, aqui você faz relacionamento, aqui você defende seus ideais. Enfim, aqui você exerce sua cidadania.

Só em 2020, foram mais de 1200 horas de encontros, com mais de 7400 participantes; trabalho árduo também nos bastidores; trabalho que reuniu especialistas de diversos setores, para discutir temas que vão além da Engenharia.

Os resultados desses encontros ficam no acervo da TVEngenharia, que hoje já conta com mais de mil vídeos. Uma preciosidade técnica, de conhecimento e de memória da Engenharia.

Desenvolvemos ações para proporcionar ainda mais liberdade de acesso ao Instituto, sempre com o objetivo de abrir espaço para novas ideias. Assim, criamos representantes regionais em vários pontos do Brasil e do mundo;

Promovemos mensalmente o encontro do Grupo Mulheres na Engenharia, onde é discutida a valorização e atuação das mulheres nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática;

Mensalmente, também, damos as boas-vindas aos novos associados, de todos os cantos do País, em um Happy Hour;

Ainda temos o programa de Mentoria, a Fábrica de Ideias e parcerias para cursos de BIM.

Produzimos a série “Brasil pós-crise”, que realizou 50 webinars discutindo temas como Educação, Logística, Agronegócio, Macroeconomia e Tecnologia, entre tantos outros assuntos. Na sequência foram feitas as séries “Falando em Engenheirar” e “Diálogos Hidroviáveis”.

Nesses quatro anos de gestão, juntamos forças e, com outras 28 entidades representativas da indústria, do comércio e de serviços, foi formada a Frente Reformar para Mudar, que segue trabalhando para que as propostas de reforma do estado brasileiro sejam aprovadas.

Em paralelo, elaboramos ao longo deste tempo projetos, que como volto a dizer – projetos de Nação – que têm como objetivo proporcionar um País mais igualitário e justo em oportunidades.

Entre os projetos, temos:

  1. A Hidrovia como vetor de Desenvolvimento e de Integração Multimodal do Brasil e da América do Sul;
  2. Petróleo e Gás: tema primordial para que o País maximize de imediato o aproveitamento das imensas riquezas do pré-sal: petróleo e gás natural;
  3. Governança Metropolitana dos Transportes onde propomos a racionalização da mobilidade dos grandes centros urbanos envolvendo as diversas prefeituras;
  4. Ocupação Sustentável do Território Nacional pela Ferrovia Associada ao Agronegócio;
  5. Desenvolvimento sustentável – o grande compromisso da engenharia;
  6. Brasil: Alimentos para o Mundo – como otimizar nossa produção e agregar valor aos nossos produtos agropecuários;
  7. Diretrizes para Universalização do Saneamento no Brasil, que define ações de curto, médio e longo prazo, para as áreas municipais, estaduais e federal,
  8. E Amazônia 4.0, iniciativa de Carlos Nobre, nosso Eminente Engenheiro do Ano 2020, e que o Instituto de Engenharia enxerga como um projeto primordial para o Brasil, pois tem o desafio de transformar a floresta em uma fonte de riqueza em um ambiente de inovação e empreendedorismo com foco na exploração de uma nova “bioeconomia da floresta em pé”.

Vários desses projetos já foram apresentados para representantes dos poderes executivo e legislativo, tanto no âmbito nacional como regional, mas o grande objetivo é que a sociedade brasileira incorpore estes assuntos como um problema dela também, e não só do governo, pois a mudança do Brasil passa pela participação e conscientização da sociedade.

Hoje temos 104 anos e, para manter o Instituto de Engenharia vivo por mais 100 anos, temos que nos adaptar aos novos tempos e inovar, por isso, caminhamos em um processo de uma nova cultura de sustentabilidade financeira, de direcionadores estratégicos e administrativo, este último tendo como exemplo, a formulação de um novo estatuto – moderno e coerente com a realidade -, assim como a criação de um Fundo Patrimonial Permanente, para preservar nosso patrimônio e recebermos, com transparência, doações de pessoas e empresas que acreditam na missão deste Instituto.

Para finalizar, eu gostaria de ressaltar que o Instituto de Engenharia é feito por todos. Ele se perpetua, porque é um espaço aberto de compartilhamento de conhecimento; o espaço do engenheiro cidadão; um espaço que precisa de continuidade, seja de gerações de engenheiros e engenheiras ou de processos. Ele precisa continuamente se adaptar aos novos tempos do Brasil e do mundo.

Obrigado e bom evento!

*Fonte Engenharia 360