Desafios e oportunidades da construção civil

Mesmo quando os indicadores não são otimistas, ainda há quem nade contra a maré, buscando soluções e abertura para crescer

Foto: Pixabay

*Por Raphael Bigio

A construção civil brasileira passa por períodos de incerteza, frente à crise econômica que tem assolado o País há alguns anos. Segundo a sondagem CNI sobre o desempenho da indústria da construção (base fevereiro de 2019), a indústria da construção segue desaquecida e demonstra queda nos índices de confiança.

O incremento modesto no nível das atividades (aumento de 0,3 ponto em relação a janeiro, mas ainda 1,9 ponto abaixo do registrado há um ano) e nos empregos gerados no setor (0,4 ponto acima do valor registrado em janeiro e 1,2 ponto abaixo do nível observado há um ano) reflete esse cenário.

Com tudo isso, o índice de confiança do empresário da construção registrou queda de 3,5, o que reflete na intenção de investimento (compras de máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, inovação de produto ou processo), que apresentou baixa de 2 pontos.

O índice de empregos reflete diretamente esse cenário. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, divulgados em abril de 2019, o trabalho formal no país contabiliza saldo negativo de 43.196 empregos, sendo que as maiores perdas registradas foram no comércio (redução de 28.803 vagas), agropecuária (-9.545 vagas) e construção civil (-7.781 vagas).

Mesmo quando os indicadores não são otimistas, ainda há quem nade contra a maré. Sou empresário e dirijo uma companhia que este ano completa 20 anos de atividades no Brasil, voltada à construção civil, mais especificamente ao setor de impermeabilização em grandes obras de infraestrutura, residenciais e atendendo também ao mercado varejista. Se o desafio é constante e tem se agravado nos últimos anos, paralelamente as oportunidades existem e a prova é que temos registrado resultados bastante positivos. Investimentos são necessários, apesar de serem considerados arriscados por muitos. A atenção que vem sendo dada à tecnologia, qualificação de pessoal e logística vão render à empresa um crescimento acima de 20% em 2019, sendo bastante conservador.

Além do empenho que temos empregado, o setor também tem encontrado espaço para crescer. A impermeabilização vem sendo cada vez mais considerada estratégica para aumentar o tempo útil da obra, garantir economia, além de gerar benefícios às pessoas e ao meio ambiente.

Sabe-se, por exemplo, que a impermeabilização contemplada no projeto inicial de uma obra representa de 1% a 3% do valor total. Porém, caso a impermeabilização tenha que entrar na obra acabada como forma corretiva, o valor chega a cerca de 25% a 30% do valor da obra. Ou seja, tanto a eficiência, quanto a competitividade ficam comprometidos com a falta de planejamento e prevenção.

Além do fator econômico, o bem-estar das pessoas e à preservação ambiental fazem com que a construção civil esteja voltando seu olhar cada vez mais à impermeabilização. Produtos eficientes garantem a edificação segura e livre de umidade, melhorando a qualidade de vida de seus usuários. Ir além e oferecer produtos amigáveis ao meio ambiente, que conversem com as construções sustentáveis, segmento crescente no universo imobiliário, também garante benefícios extras ao Planeta, à economia e às indústrias do setor.

São tempos de mudanças profundas e a adaptação se faz necessária na busca da sobrevivência no mercado e, mais que isso, de confiança e crescimento.

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Foto: Divulgação

* Raphael Bigio é engenheiro civil, formado pela Escola Politécnica da USP, e diretor da DRYKO Impermeabilizantes, empresa 100% brasileira, com sede em Guarulhos, SP.