Terreno de antiga rodoviária da Luz, em SP, receberá moradias populares

A área onde funcionou o Terminal Rodoviário da Luz entre os anos 1960 e 1980 vai receber 1.200 apartamentos com caráter de interesse social (renda familiar até R$ 6 mil) e mercado popular (até R$ 10 mil). 

As unidades são voltadas para quem trabalha no Centro. O objetivo é aproximar a população do trabalho e ainda ajudar a revitalizar a região hoje conhecida como Cracolândia. As inscrições já estão abertas no site da Secretaria Estadual da Habitação e haverá sorteio. 

A utillização do terreno para as obras foi autorizada nesta quarta-feira (16) pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que transferiu a posse do terreno da Secretaria da Cultura para a Secretaria da Habitação. 

Trata-se de mais uma etapa da Parceria Público-Privada (PPP) Da habitação no centro expandido, que prevê a construção total de 14 mil unidades no Centro e em bairros próximos.

Segundo o governador, o projeto contribui para a reocupação do Centro, região que concentra quase um quinto dos empregos da cidade, mas tem poucos habitantes (cerca de 3% do total da cidade). Aproximar a população do trabalho “melhora a mobilidade e a segurança”, disse Alckmin. 

O governador também destacou as vantagens do projeto na área cultural. Isso porque o projeto contempla a instalação da Escola de Música Tom Jobim, que atualmente funciona em um prédio alugado. Além disso, um terreno anexo recebrá uma creche, comércio e serviços 

Alckmin também assinou projeto de lei enviado à Assembleia em regime de urgência para permitir que o terreno seja considerado uma contrapartida do estado na PPP. 

O secretário da Habitação, Rodrigo Garcia, disse estimar que o início das obras pode ocorrer em seis meses, já que ainda é necessária aprovar o projeto junto a Prefeitura. Depois disso, o prazo para entrega das moradias é de dois anos.

Parceria

Essas unidades fazem parte das primeiras 3.683 já contratadas. A encarregados da obra é a empresa Canopus Holding SA, que já iniciou as obras de 126 unidades em um terreno na Rua São Caetano, no Centro. 

O governador Geraldo Alckmin negou no ano passado que tenha havido atraso parar tirar do papel a PPP do Centro do papel. A iniciativa foi lançada em parceria com a Prefeitura de São Paulo no início de 2013. Alckmin destacou que se trata da primeira PPP de habitação do país. Lembrou ainda que três lotes da licitação não tiveram interessados e que precisão ser relançados. 

“Nós licitamos e deu deserto [sem interessados]. Assinamos o contrato de 3.683 unidades. É uma cidade. Mais de 15 mil pessoas vão ter casa própria e morar no Centro”, afirmou Alckmin. 

O número de unidades habitacionais previstos agora na PPP é de cerca de 14 mil, e não 20 mil, como anunciado em 2013. Segundo Rodrigo Garcia, foi o número acordado nas audiências públicas em razão da quantidade de terrenos que prefeitura e estado, os parceiros na PPP, consideravam viáveis para utilização no Centro.
Segundo o secretário da Habitação do estado, o projeto prevê que, do total de unidades, 80% serão destinadas a famílias que trabalham no Centro, mas que moram em bairros periféricos de São Paulo. 

Os outros 20% serão destinados a famílias que trabalham e moram no Centro da capital paulista.

Autor: G1