A entropia das ruas

Os últimos protestos nas ruas que vem ocorrendo em varias cidades do Brasil tem se caracterizado pelos seguintes fatos:
– São programados nas redes sociais;
– Não parecem estar vinculados a partidos políticos tradicionais, embora partidos nanicos de esquerda dela tentem se aproveitar;
– Não parecem estar ligados a sindicatos;
– São manifestados por grupos de pessoas bem intencionadas que aparentemente não possuem uma liderança clara;
– As reivindicações são em geral justas, porem difusas, embora tivessem sido iniciadas com um tema específico ligado a transporte: o movimento pela supressão do aumento das passagens de ônibus e pelo “passe livre” nos transportes coletivos;
– Iniciam-se quase sempre pacificamente embora ganhando as ruas acabem por impedir o direito de ir e vir da população. Permanecem nesta condição por longo período até que emerge o vandalismo. 

O vandalismo surge de repente no meio da multidão aparentemente do nada. Caracterizam-se pela violência gratuita e pelo prazer de destruir indistintamente bens públicos e particulares com a ferocidade de gafanhotos africanos. Neste momento, os manifestantes pacíficos se retiram da praça de guerra em que se transformaram as ruas. 

Elegem a polícia como seu principal alvo iniciando deliberadamente as provocações com a nítida intenção de fomentar o confronto. De um lado, armas não letais são acionadas: bombas de gás lacrimogênio, jatos d’água e balas de borracha. De outro, qualquer objeto, todos letais, são utilizados: paus, pedras, “coquetéis molotovs”, bombas e rojões atirados contra os policiais e equipamentos públicos, além dos bens privados. 

O que se tem observado é que a policia, impotente, pouco reage diante dos atos de vandalismo e rapinagem resultando que, em desvantagem, recuam deixando a turba livre para as depredações do patrimônio público e também privado, até porque estão sendo patrulhados e monitorados por pretensos grupos de direitos humanos capitaneados pela anistia internacional, por certas ONGs pseudo intelectualizadas e tutti quanti. 

Mas, paradoxalmente o vandalismo parece ser de todo conveniente para estes movimentos de massas, especialmente para seus líderes convenientemente ocultos que a tudo assistem, orquestram e planejam todo aquele aparato escolhendo inclusive o exato momento em que as manifestações mudam do estágio pacífico para o beligerante. 

Sem o tumulto, verdade seja dita, estas marchas passariam quase despercebidas, sem a visibilidade interna e externa. Na realidade, os vândalos são o braço armado destes movimentos e a ação deles é decisiva pra o “sucesso” da empreitada. Os fins justificam os meios.( o terror sem o qual a virtude é impotente).

Esta estratégia, naturalmente, é com certeza fruto da lavra daquelas lideranças mal-intencionadas que estão por traz de tudo. Estes movimentos, anarquistas por natureza, se auto denominam “Black Blocs”, podendo também se transformarem em movimento pacifista (“White Blocs”), conforme a conveniência da situação do momento. Funcionam como uma verdadeira franquia, de modo que sua presença já se faz notar em quase todos os estados da federação. 

Com o aparato policial omisso e acovardado pelas circunstâncias dando ensejo à elevação da sensação de impunidade que todos infelizmente conhecemos, estas manifestações se continuarem nesta toada, com a permanência destes elementos infiltrados acabarão por desmoralizar as nossas instituições democráticas, justamente àquelas em nome das quais a grande maioria do povo brasileiro luta por defender .
Cartago delenda est.