A Embraer e a Boeing anunciaram a celebração de um amplo acordo de cooperação que está suscitando especulações os planos futuros das duas empresas.
Segundo nota da Embraer, “o acordo estabelece um relacionamento importante entre duas das maiores empresas aeroespaciais do mundo para cooperação em temas relacionados à melhoria da eficiência operacional, segurança e produtividade de aeronaves e satisfação dos clientes, gerando valor para as duas empresas e seus clientes.”
O acordo da Embraer e da Boeing foi selado no mesmo dia em que foi assinado o Memorando de Entendimento para Parceria em Aviação entre os governos brasileiro e norte-americano.
Esse acordo intergovernos visa expandir e aprofundar a cooperação entre os dois países na aviação civil, por meio do estreitamento da comunicação entre as agências governamentais e o aumento da cooperação do setor privado, criando parcerias econômicas e promovendo investimentos.
“As duas empresas também buscarão outras áreas de cooperação visando benefícios mútuos e valor para seus clientes,” afirma a nota.
Biocombustíveis para aviação
A Boeing e a Embraer já possuem outros acordos de cooperação.
Em julho de 2011, as empresas anunciaram planos para financiarem uma análise de oportunidades para a produção de combustível sustentável para a aviação, a partir da cana-de-açúcar.
Em março de 2012, a Boeing, a Embraer e a Airbus anunciaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento conjunto de biocombustíveis para a aviação com custos econômicos acessíveis e desempenho equivalente aos de origem fóssil.
Recentemente, a Embraer anunciou a criação do Centro de Tecnologia e Engenharia Embraer EUA, para conduzir atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologia para todas as suas linhas de negócios.
Apoio científico
Ao mesmo tempo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), anunciou que o trio – FAPESP, Boeing e Embraer – iniciou “um estudo sobre os principais desafios científicos, tecnológicos, sociais e econômicos para o desenvolvimento e adoção de biocombustível pelo setor de aviação comercial e executiva no Brasil”.
O estudo deverá fundamentar um novo projeto de pesquisa conjunto, cobrindo os temas prioritários apontados no levantamento.
O setor de aviação, que contribui com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta, está enfrentando o desafio de reduzir pela metade a emissão de CO2 em 2050, em comparação com 2005, e se tornar neutro carbono até 2020, conforme estabeleceu a Associação de Transporte Aéreo Internacional.
“Nós ainda não temos uma perspectiva de em quanto tempo teremos biocombustíveis produzidos em escala comercial e que possam ser utilizados na aviação de forma global, e não prevemos que no futuro próximo haverá a substituição completa do combustível fóssil utilizado na aviação por biocombustíveis”, disse Mauro Kern, vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer.
Biocombustíveis para aviação
Já existem biocombustíveis para aviação, produzidos em pequena escala, mas que chegam a custar o dobro do querosene de aviação.
O objetivo do acordo é aproveitar a experiência do Brasil, mais precisamente dos cientistas reunidos sob a égide da FAPESP, que tem sido o mais forte apoiador do setor de etanol no Brasil, ainda que o etanol não seja um combustível ideal para a aviação.
“A grande vantagem de estar realizando esse tipo de pesquisa no Brasil é que o país tem experiência na utilização da cana-de-açúcar, usando uma fonte renovável de combustível. Podemos aprender e utilizar essa experiência para aplicar na área de aviação”, afirmou Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil.
Autor: Inovação Tecnológica