Discurso de Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia, durante a entrega do título de Eminente Engenheiro do Ano de 2011

Seletíssimas presenças (possibilidade de omissões indesejáveis):
• Chefes de executivo
• Membros do Poder Judiciário
• Homens públicos em geral
• Vereadores 
• Deputados 
• Secretários Municipais 
• Secretários Estaduais 
• Presidentes e diretores de empresas governamentais 
• Presidentes e diretores de empresas privadas 
• Presidentes e diretores de CREA’s + CONFEA 
• Presidente e diretores do Sindicato de Engenheiros 
• Presidentes e diretores de Sindicatos Patronais 
• Presidentes e diretores de Associações de Classe 
• Ex-Presidentes do Instituto de Engenharia 
• Engenheiros de anos anteriores 
• Membros da minha diretoria executiva 
• Membros do Conselho Consultivo 
• Membros do Conselho Deliberativo
• Membros do Conselho Fiscal 
• Funcionários do IE 
• Membros do colegiado das Divisões Técnicas e demais Associados do IE 
• Minha esposa Sonia, meus filhos e netos que têm tido a generosidade de ceder parte de minha companhia ao Instituto
• Senhoras e senhores que nos honram com suas estimadas presenças

Hoje é dia de comemoração, por isso serei breve nesta saudação.

Tenho a honra de ser engenheiro e o privilégio de presidir o Instituto de Engenharia, esta entidade quase secular que congrega livremente os profissionais não só envolvidos ou engajados, mas, sobretudo, comprometidos com o progresso da engenharia, conquanto técnica, ciência e arte, base do desenvolvimento econômico e social do nosso país.

Após longa recessão econômica, que se estendeu da década de 1980 até os primeiros anos da primeira década do presente século, nosso país está experimentando novo surto de desenvolvimento e caminha célere para ocupar a quinta ou a quarta classificação dentre os mais ricos do mundo.

A Engenharia é a primeira atividade a ser descartada nos períodos de recessão. Entretanto, é a primeira a ser convocada nos tempos de progresso.

Há já 5 anos, ante as necessidades do setor, percebemos que nos faltava uma Política e o respectivo Planejamento para um crescimento seguro. Inicialmente, a euforia empanou as ações preparatórias para o novo ciclo. Até a bandeira da Copa do Mundo de 2014, a realizar no “País do Futebol”, não foi suficiente para tomarmos providências tempestivas. Daí, digo que o principal gargalo ainda a ser vencido é a nossa falta de competência técnica e gerencial. Os centros de decisão estão carentes de quadros qualificados para entender o problema e começar a agir.

Nossa legislação para o setor está anacrônica, destinada ao cerceamento do mal-feito e não ao incentivo à ética e correção nos atos dos protagonistas do desenvolvimento. Aí está a origem dos principais entraves ao franco progresso que se faz necessário. Atrasos em empreendimentos habitacionais e de infra-estrutura trazem prejuízos absolutamente irrecuperáveis. O tempo perdido é como a seta disparada ou a má palavra proferida. Não volta mais.

Tenho otimismo nas expectativas de médio e longo prazos. As necessidades internas e os interesses externos pressionarão o progresso brasileiro. Para isso, em curto prazo, ou seja, nos próximos 5 anos, inevitavelmente, teremos que formar um quadro técnico proficiente, como base do futuro, não só no âmbito governamental, mas também nas empresas de engenharia. Teremos que rever conceitos e critérios de contratações de obras, serviços e produtos de engenharia, cooptando os operadores do Direito a conhecer as facetas e organizações inerentes à atividade de construir, de modo a romper o nefasto paradigma da desconfiança ora existente. 

O Instituto de Engenharia, como sempre, cumprindo sua vocação de bem servir à Sociedade, está sensível ao problema, e, com o imprescindível apoio da classe dos engenheiros e entidades co-irmãs, em outubro deste ano, iniciou uma série de sete seminários, trimestrais, para aprofundar os diagnósticos e apresentar proposituras para ações do setor. Serão percorridos os mais diversos segmentos da atividade produtiva, sempre buscando os focos da inovação e competitividade, os aspectos de sustentação econômica do atendimento aos reclamos sociais e ambientais e os programas de ensino de engenharia coadunados com as necessidades do mercado. Outro programa de largo espectro por nós lançado, é a criação de um núcleo de estudos avançados das atividades de engenharia, que se iniciará em março próximo, em parceria com a FDTE, através de cursos livres de negócios de engenharia para preparo de gestores da atividade, nos quais poderão se inscrever não só engenheiros, mas administradores em geral, economistas e profissionais de operação do direito.

Voltemos à nossa festa de hoje!

Mais uma vez estamos aqui reunidos para comemorar o DIA DO ENGENHEIRO, ocasião em que homenageamos todos os 800.000 profissionais brasileiros, outorgando nossa mais elevada láurea a um único representante da classe, escolhido como o EMINENTE ENGENHEIRO DO ANO.

O setor da engenharia que vem se destacando como principal agente do desenvolvimento econômico é, sem dúvida, o da construção imobiliária, hoje movimentando mais de 4% do PIB. A técnica tem progredido, com alta produtividade e crescente qualidade. A CBIC, sob a operosa presidência do Engenheiro Paulo Simão, foi grande co-agente do “boom imobiliário”.

Em São Paulo, o lídimo representante deste setor é o SECOVI, o Sindicato da Habitação, que ao longo de 65 anos de atuação, construiu uma base consistente, integrada e voltada à promoção do desenvolvimento urbano. Foi com a união dos representantes do setor que criou uma verdadeira força de inteligência imobiliária, movida por quem atua no mercado e sabe como gerar melhorias reais para toda a sociedade. 

Hoje, 46 mil empresas e condomínios são representados pelo SECOVI-SP. Um resultado alcançado com trabalho e muita dedicação. Suas operações abrangem as áreas de incorporação, loteamentos, comercialização, administração imobiliária e condomínios, tecnologia, sustentabilidade, interior e shopping centers, tratando cada uma delas de forma específica e aprofundada.
Não há como deixar de reconhecer tamanho sucesso. Sabemos que esta invejável performance se lastreia em trabalho intenso de abnegados profissionais que dedicaram e dedicam enorme parte de seu tempo à entidade de classe. A despeito de vicissitudes passadas, estes homens preparam o SECOVI-SP para este glorioso momento. Grandes presidentes fundamentaram o destaque hoje vivido pela entidade: Romeu Chap Chap, Walter Lafemina, Ricardo Yasbek, Paulo Germanos, Sérgio Mauad, dentre outros diligentes diretores.

Nos dois últimos mandatos, perfazendo quatro anos seguidos, o SECOVI-SP foi presidido pelo brilhante Engenheiro João Crestana. Seguramente, nosso caro colega e amigo foi competente para fazer do setor imobiliário o “carro-chefe” do progresso da engenharia paulista. O reconhecimento do Instituto de Engenharia ora se traduz na escolha de João Crestana como o “EMINENTE ENGENHEIRO DO ANO DE 2011”!

Peço uma calorosa salva de palmas para o agraciado!

Obrigado!

Autor: Aluizio de Barros Fagundes