Fórum Paulista debate a prevenção de acidentes de trânsito

O Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transportes (Cedatt) promoveu nesta quarta, 24, em São Paulo, o I Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes. O evento, que foi aberto ao público, reuniu 21 representantes de empresas, entidades e especialistas do setor, no auditório do Instituto de Engenharia (IE), Vila Mariana. Esta primeira edição teve como tema a construção de um trânsito mais seguro e humano.

O secretário estadual de Logística e Transportes e presidente do Cedatt, Saulo de Castro Abreu Filho, realizou a cerimônia de abertura, destacando a sua preocupação com o número crescente de mortes por imprudência no trânsito. “Chega de marcharmos juntos com cara de indignados”, diz o secretário, justificando a importância e a necessidade do evento para discussão do tema. Na ocasião, foi assinado pelos empresários e associações presentes o “Compromisso Empresarial pela Preservação da Vida”, apresentado pelo secretário executivo da entidade, Fábio Racy.

A programação foi dividida em cinco painéis, com dois na parte da manhã e três no período da tarde. Entre as mesas-redondas, o professor Heliodoro Bastos (ECA/USP) e seus alunos apresentaram as peças publicitárias da nova campanha de prevenção de acidentes, doadas para o Cedatt.

PAINEL 1 – A mídia e a comunicação na construção de um trânsito mais seguro
O poder da mídia foi o tema do primeiro painel do fórum, que contou com a presença de representantes do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), Ministério Público Estadual, Predicta Comunicação Interativa e Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST).
“A questão da segurança no trânsito é um problema cultural. O pai que dirige alcoolizado, ou não respeita os limites de velocidade, não deixa um bom exemplo para seus filhos, que serão futuros motoristas”, declarou Mario Sarrubo, promotor de Justiça do Ministério Público Estadual. Ele ressaltou a importância dos meios de comunicação para criar uma cultura de trânsito seguro.

O comunicador do PVST, J. Pedro Corrêa, acredita que a mídia está interessada no assunto, enquanto o outro palestrante, Marcelo Marzola, diretor da Predicta, destacou o uso das redes sociais como meio de prevenção de acidentes. Por outro lado, Geraldo Alonso Filho, presidente em exercício do CONAR, defendeu a necessidade de punição para aquelas propagandas que façam apologia ao desrespeito ao trânsito.

PAINEL 2 – A responsabilidade social e ações pró-ativas na cadeia de bebidas
A questão do consumo de bebidas alcoólicas, principalmente entre os jovens, foi discutida pelos participantes da mesa. A deputada Célia Leão também lembrou como o comportamento errado dos pais pode influenciar os filhos.

José Augusto Rodrigues da Silva, presidente executivo da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), falou sobre o empenho da entidade em coibir a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago Gonzaga, comentou sobre os projetos de conscientização no Rio Grande do Sul. Rubens Filho, diretor de criação da agência de publicidade Ogilvy, completou dizendo que é educando “o jovem de hoje que conseguiremos mudar os de amanhã”.

PAINEL 3 – Impactos na Saúde: custos sociais e financeiros dos acidentes
Durante a discussão, os representantes da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentaram dados sobre o impacto financeiro dos acidentes de trânsito na saúde pública.

Para a Dra. Mercedes Maldonado, consultora da OMS no Brasil, os dados de mortes no trânsito no Brasil são alarmantes, pois “para cada morte, temos 70 atendimentos de emergência e 15 internações”. Segundo ela, há países nos quais o acidente de trânsito já é a primeira causa de morte e, por isso, devem ser feitas políticas públicas de segurança nos transportes. Ailton Brasiliense, presidente da ANTP, também destacou a necessidade de fiscalização e educação no trânsito.

PAINEL 4 – A responsabilidade social e ações pró-ativas de segurança na cadeia automotiva
O painel sobre a minimização do impacto dos acidentes de trânsito na sociedade contou com a participação de representantes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (ABRACICLO), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Associação de Engenharia Automotiva (AEA) e Sindicato das Auto-Moto Escolas (Sindiauto Moto Escola).

Wilson Kenji Yasuda, coordenador da comissão de segurança viária da ABRACICLO, revelou que “uma pesquisa feita recentemente aponta que 70% dos acidentados com motos não freqüentaram a moto escola, e aprenderam a dirigir sozinhos”. José Guedes Pereira, da Sindiauto, acrescentou que “a formação do condutor de moto tem que melhorar”.

PAINEL 5 – Ações em prol da segurança rodoviária
No encerramento, foram apresentadas algumas práticas de prevenção de acidentes pelos palestrantes da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRV) e Sindicado das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (SETPESP).

O Cel. Jean Charles Oliveira Diniz Serbeto, comandante do CPRV, detalhou as ações tomadas pela Polícia Rodoviária para a prevenção de acidentes, como ampliação das operações de direção segura e medidas para legalização do controle de velocidade média nas estradas.
Segundo Carlos Campos, representante da Artesp, “a sobrevivência de um acidentado depende de uma estrada equipada, segura e de atendimento rápido”. Além disso, Carlos reafirmou a necessidade de prevenção, comentando sobre campanha pelo uso do cinto de segurança feita em parceria com as concessionárias.

Autor: Secretaria de Logística e Transporte do Estado de São Paulo