Estudo aponta para diversos problemas nos estádios da Copa 2014

Estudo feito pelo Sindicato Nacional de Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) detectou falhas de projeto, entraves com prestações de contas e risco de má utilização de alguns dos principais estádio que receberão jogos da Copa do Mundo 2014. O relatório será divulgado nesta quarta-feira (1°) e também aponta para atraso em algumas construções.

As obras que têm as prestações investigadas pelos tribunais de contas são as do Maracanã (Rio de Janeiro), Mane Garrincha (Brasília), Castelão (Fortaleza), Verdão (Cuiabá) e Arena da Amazônia (Manaus). Destes, segundo o estudo, os de Brasília, Cuiabá e Manaus têm alto risco de se tornarem ‘elefantes brancos’ após o Mundial. O estudo aponta um problema óbvio para o risco da ociosidade dessas arenas: o futebol local não atrai grande público.

Em Pernambuco, o problema é outro. O futebol local atrai grande público, mas nenhuma das principais equipes do Estado (Santa Cruz, Sport e Náutico) está disposta a abrir mão das próprias sedes para jogar na Cidade da Copa, que deve ter as obras iniciadas ainda em março.

Indefinições
O Sinaenco também chama a atenção para a indefinição no início das obras do futuro estádio do Corinthians, em São Paulo. Devido a questões burocráticas e a indefinição sobre o financiamento dos R$ 200 milhões necessários para ampliar a arena de 48 para 65 mil pessoas – condição para que o local possa receber a abertura do Mundial -, a expectativa é de que as obras só no mês de abril. Em Natal, as obras do Estádio das Dunas também não começaram. Nesta quarta está prevista a abertura de concorrência para a parceria público-privada responsável pela construção do estádio.

Maracanã
A cobertura do maior estádio do Mundo precisa ser refeita, segundo o Comitê Organizador Local da Copa. Isso representaria mais R$ 200 milhões ao custo total da obra, orçada em R$ 705 milhões. O TCU havia alertado recentemente para o estouro no orçamento inicial de praticamente todos os 12 estádios envolvidos com a Copa do Mundo

Financiamento
A obtenção de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também vai devagar. O banco estabeleceu linha de crédito de R$ 400 milhões por obras, mas apenas cinco cidades conseguiram aprovar seus projetos, duas apenas parcialmente.

Cuiabá (R$ 393 milhões), Fortaleza (R$ 351,5 milhões) e Salvador (R$ 323,6 milhões) tiveram recursos liberados, bem como Rio de Janeiro (20% dos recursos, por recomendação do TCU) e Manaus (R$ 15 milhões, para a contratação do projeto executivo, de acordo com solicitação do Ministério Público estadual e do federal).

No caso de Manaus, o ministro do Esporte, Orlando Silva, prometeu às autoridades do Estado, no início da semana, pedir ao BNDES a liberação rápida de R$ 100 milhões para agilizar a obra da Arena da Amazônia.

Autor: SuperEsporte