Ex-presidente do Dersa aponta alternativa para acesso ao estádio do Corinthians

O acesso ao estádio do Corinthians – o Fielzão, que será construído em Itaquera, na capital paulista, e está cotado para ser o palco da abertura da Copa do Mundo de 2014 – demandará uma infraestrutura de transportes mais ampla que a ofertada atualmente pelo metrô e trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A opinião é do engenheiro e ex-presidente do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), Luiz Célio Bottura, que defende a construção de um monotrilho de 28 km ligando o município de Mauá até o aeroporto de Guarulhos, passando próximo ao local. O empreendimento, segundo o projeto de Bottura, ficaria sobre a avenida Jacu-Pêssego, principal via de acesso à região.

De acordo com o especialista, esta seria a alternativa de menor custo e mais rápida para melhorar o transporte à arena. O estádio do Corinthians deve começar a ser construído em março deste ano pela Odebrecht. O projeto inicialmente contava com 45 mil lugares e custo previsto de cerca de R$ 300 milhões, mas terá de ser ampliado para mais de 60 mil, número exigido pela Fifa para que o local sedie a abertura da Copa. Confira, abaixo, a entrevista com o engenheiro:

Quais os principais desafios para a construção do estádio do Corinthians em Itaquera?
Acredito que o principal obstáculo não é a distância, mas o acesso à região. Atualmente o local é servido pelo metrô e pela CPTM, na mesma estação, que é a Corinthians-Itaquera, onde o volume de pessoas já é muito grande. Aumentar o número de trens seria uma medida insuficiente porque aumentaria o desgaste e o risco em relação à segurança, uma vez que existe um intervalo de tempo a ser respeitado entre um trem e outro. A compra de novos trens ajudaria, mas não resolveria o problema.

Existem outras alternativas para melhorar o acesso?
A solução mais natural é a construção de um monotrilho que ligue Mauá até o aeroporto de Guarulhos. Além de facilitar o acesso ao estádio durante a Copa, seria uma melhoria permanente no transporte da região. É uma alternativa de custo relativamente baixo e de menor tempo de execução. O monotrilho ficaria sobre a avenida Jacu-Pêssego, aproveitando o canteiro central, sem necessidade de muitas desapropriações.

Quais são as características deste projeto?
Seria um monotrilho de 28 km, construído sobre pilares de 15 metros de altura, com capacidade para cerca de 20 mil passageiros por hora. Estimo que o custo poderia ser de até R$ 1 bilhão, com tempo de dois a dois anos e meio de construção. Um dos pontos de parada ficaria a cerca de 2,3 mil m do futuro estádio. O grande obstáculo para a obra são as linhas de alta tensão instaladas no local, mas elas poderiam passar a ser subterrâneas.

A distância de 2,3 mil m não é muito grande para chegar até o estádio?
Não é uma distância tão grande porque a estação não fica muito próxima da estação de trem e metrô já existentes. O ideal é ter pontos frequentes de transporte e não adensamentos muito grandes, como é o caso do metrô, que deixa as linhas sobrecarregadas. É como escoar água: quanto mais pontos de escoamento, melhor.

Autor: PiniWeb