Onze motores de automóvel notoriamente ruins

A história do automóvel está cheia de motores realmente horríveis. Outros nem foram tão ruins, mas acabaram amaldiçoados com um péssimo destino sobre rodas. Estes são onze exemplos, escolhidos com a sua ajuda.

Um motor odiado nem sempre é necessariamente um motor ruim. Muitas vezes pode se tratar apenas de um caso em que seu projeto ficou defasado com o tempo, foi limitado por novas exigências de poluição, segurança ou aplicação, ou mesmo por ter implementado boas ideias de maneira ruim ou até antes do tempo. 

Hurricane seis cilindros Willys/Ford no Maverick

Sugerido por: Ricardo

O motor seis cilindros usado aqui no Brasil pelo Maverick é uma evolução do motor Willys Hurricane de 1950 que equipou Jeeps, Rural Willys, Aero Willys e outros modelos. A compra da Willys-Overland pela Ford permitiu que a empresa usasse algo já conhecido, sem precisar investir no projeto e fabricação de uma nova máquina. O problema é que o motor exigiu recursos para sua adaptação ao Maveco, e sua concepção antiga – “O primeiro motor à gasolina produzido no Brasil” – não tinha um rendimento dos mais empolgantes – há quem jure que ele não rendia mais que o quatro cilndros também oferecido. 

Ford CHT / Autolatina / Volkswagen AE

Sugerido por: Palinetes

Nem tanto um caso de um motor ruim, o CHT foi outro resquício das compras da Ford. O projeto dessa vez veio dos franceses da Renault. Enquanto o seis cilindros do Maverick veio de uma atualização do usado no Aero Willys, o CHT é a evolução do motor do Willys Interlagos, a versão nacional do Alpine A108, com alguns componentes compartilhados com o Dauphine/Gordini. O motor – chamado de Ventoux na França – foi batizado de CHT por aqui ao ser adotado pelo Corcel – por sua vez, baseado no Renault 12. Não era nada mal na econômica Europa da década de 50, mas seu desempenho depois de décadas continuava baixo, ainda mais quando, com o nome de AE1600, substituiu o AP1600. No final da vida, ainda teria uma versão 1.0. 

GM Família II

Sugerido por: @eph2

Outro caso de pistões, cilindros e bielas fazendo hora extra, a família II da GM chegou por aqui empurrando o Monza. Gostou tanto do Brasil que acabou equipando três gerações do Astra (incluindo o Vectra atual), após receber injeção multiponto e outras atualizações. Taxistas em geral continuam adorando a confiabilidade e a manutenção sem segredos desses 2.0, mas o que já foi um motor moderno no final se tornou um dos pontos fracos na disputa da GM com os modernos sedãs europeus, japoneses e (agora) coreanos.

Volkswagen 1.0 16v e 16v Turbo

Sugerido por: Tiago

Para dar ânimo ao motor 1.0 – além de aproveitar alíquotas menores dadas pelo governo aos motores de menor cilindrada – a Volkswagen criou uma versão com dezesseis válvulas, usado na Parati e no Gol, e outra com um turbocompressor Garrett. A maior potência, no entanto exigia cuidados redobrados quanto às recomendações do fabricante, o que nem sempre acontecia . Isso gera até hoje uma polêmica entre os comentários – é grande o número de gente que reclama da confiabilidade desse motor, enquanto outros dizem que a culpa é da falta de manutenção adequada por parte dos donos. Dez anos depois, a mesma fórmula de volumes menores com sobrealimentação volta a surgir como opção para reduzir o consumo e a emissão de poluentes. Será que dessa vez pega?

Renault 1.4

Sugerido por: smackela

O motor Renault 1.4, encontrado nos modelos Alliance e Encore da década de 80, era bem ruim. Famoso por explodir a junta do cabeçote, quando não estava queimando óleo ou morrendo, andava como se tivesse fumado três maços de cigarro por dia durante décadas. O motor era simplesmente anêmico. A cada troca de óleo era bom checar a junta do cabeçote, só por precaução. 

Ford V8 4.2

Sugerido por: revolver_fog

Usado originalmente nos Mustangs da plataforma Fox na década de 1980, o V8 4.2 era um verdadeiro mico. Limitado pelos equipamentos de controle de emissões, produzia apenas 120 cavalos. O carro era oferecido ainda com um quatro cilindros turbo, que conseguia ser mais potente. Menos potência com o dobro de cilindros? Como você vai encarar os outros pony cars, Mustang? 

Suzuki 1.0 3 cilindros

Sugerido por: Crel

Um litro e três cilindros de fúria! O motor respirava por meio de um carburador operado a vácuo, que era “barulhento como o inferno” segundo o Crel. O motor parecia sofrer da síndrome do Mario Bros, com mais de 40 tubos e mangueiras. Se uma das mangueiras de borracha se soltasse, você poderia perder uma bela tarde (se tiver sorte). Um motor que não valia o trabalho que dava. 

“Ruim mesmo pelos pV8 4.3 GM Diesel

Sugerido por: Baby Beater Benz

adrões da GM” parece ser o consenso entre os comentários quando se trata do motor diesel da GM no final da década de 1970. Reza a lenda que esses motores eram unidades a gasolina, convertidos de qualquer jeito para “usar” diesel. Ao contrário da maioria das lendas, essa história termina com frustração e tristeza, além de fumaça, cheiro e som nos passageiros. Conhecido pelo desempenho decepcionante e por explodir juntas de cabeçote, esses motores são uma mancha na história da GM norte-americana que ela gostariam de apagar. 

Peugeot-Renault-Volvo V6

Sugerido por: Iantm

Usado em uma série de Volvos, Renaults, Peugeots e até alguns Dodges, o V6 projetado por um comitê era a verdadeira definição de um motorzinho. Construído em alumínio (para ser rápido, certo?) tinha tendência a deformar, baixa potência, e era tão mal projetado que para trocar praticamente qualquer coisa nele, todo o bloco tinha que ser removido. Mas o pecado mais imperdoável 

General Motors 8-6-4

Sugerido por: Mulholland

Se você procura por um motor cujo conceito estava além da tecnologia necessária para funcionar, acabou de encontrar. Desenvolvido com um sistema para desativar os cilindros quando não eram necessários, o 8-6-4 parecia uma grande ideia no papel. A realidade era outra, os motoristas sofriam com batidas, sons, desempenho irregular, e ataques de fúria. Foi um dos piores motores a vir da GM em muitos anos. O sistema não era muito confiável também, deixando os donos com um motor 8-6-4-0 no final das contas.

Qualquer coisa da British Leyland

Sugerido por: Matt White

A não ser que você goste de estocar óleo – e de manchas frequentes no piso da garagem ou na frente de casa – além de nuvens de fumaça aleatórias na estrada, os motores da British Leyland provavelmente não são a melhor escolha. Claro, foram usados em alguns carros divertidos. Mas deram à empresa a reputação que tem hoje. Combine a péssima fama dos componentes elétricos da Lucas na época, com os motores da Leyland que vazavam óleo, faziam fumaça e eram simplesmente mal projetados, até surpreende o fato de terem sido fabricados por tanto tempo.

Crédito das fotos: American Motor.ru, CarDomain, iReference.ca, Raf24, Matt Garett, Alan Horne, Alan Rocha.

Autor: Jalopnik