Espanhol que projetará Museu do Amanhã se encontra com Oscar Niemeyer

Museu será construído na zona portuária carioca

Um está entre os grandes mestres da arquitetura moderna. Um brasileiro que tem seu nome e seus traços reconhecidos no mundo todo. O outro é uma referência da arquitetura contemporânea, com trabalhos que redefinem as paisagens onde se instalam. 



O que se assiste aqui é um encontro bem raro: dois grandes mestres da arquitetura, de duas gerações diferentes. Um grande admirador da obra do outro. “Estou muito emocionado de estar ao lado desse mestre. Sempre fui fascinado pelo trabalho dele. Lembro-me de ter 18 anos e admirar a capacidade de Niemeyer de juntar beleza, harmonia para fazer uma arquitetura muito humana”, afirma Calatrava.

A admiração é mútua.“A sua arquitetura é tão comovente, assim, rica de formas”, diz Niemeyer.

Santiago Calatrava é um dos arquitetos mais disputados da atualidade. De pontes a museus, suas obras são inconfundíveis – criam movimento em estruturas gigantescas, e dão a elas uma inesperada leveza. O arquiteto está no Brasil para apresentar seu projeto para o “Museu do Amanhã” – uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro com a Fundação Roberto Marinho. Ele será construído na zona portuária carioca – e será um dos carros-chefes da revitalização da área que já foi um embrião da cidade.

“Este não é um museu como os outros – é um museu que tem que traduzir continuidade, essa idéia de futuro, não só da ciência e da tecnologia, mas também do homem”, diz Calatrava. Niemeyer, que está assinando atualmente um trabalho na Espanha, vê uma curiosa correspondência nesse intercâmbio

“È uma repetição do que eu estou fazendo na Espanha – estou fazendo um trabalho na Espanha e ele faz aqui no Rio”, destaca Niemeyer.

Estamos quites! em um livro sobre suas obras, Calatrava faz uma dedicatória ao mestre em forma de aquarela. o arquiteto brasileiro retribui o presente também com um livro – só com projetos que ele assinou na última década – imagine, trabalhos que Niemeyer, hoje com 102, fez depois de seus 90 anos.
“Como se fala sobre o trabalho de Michelângelo, quando mais maduro, mais vigoroso – e o mesmo acontece com o trabalho de Oscar”, finaliza Calatrava.

Autor: Fantástico