Nos EUA, matemático de Rio Claro busca soluções para problemas da engenharia

O pesquisador José Manoel Balthazar, do Instituto de Geociência e Ciência Exatas (IGCE), câmpus de Rio Claro, é um dos organizadores da Conferência Instituto de Engenharia Mecânica 2010 (Engineering Mechanics Institute, EMI). O órgão que promove o encontro homônimo é uma divisão da Associação Americana de Engenharia Civil. O evento será realizado em agosto, na Escola de Engenharia Viterbi, da Universidade do Sudoeste da Califórnia (USC), em Los Angeles, Califórnia, Costa Oeste dos EUA.

Com enfoque multidisciplinar, o encontro tem como desafio identificar modelos matemáticos e de física que respondam às necessidades da engenharia atual. “A indústria está trabalhando no esquema de tentativa e erro, e o que os especialistas do mundo inteiro poderão propor nessa conferência são modelos precisos de criação”, afirma Balthazar.

O evento é uma oportunidade para estudiosos de instituições brasileiras que estão fazendo pesquisas terem mais visibilidade, segundo afirma o pesquisador. Ele destaca ainda a possibilidade de intercâmbio com outros cientistas. A data-limite para o envio de artigos é 1º de maio.

Na mesma direção, a Unesp promove a 10º Conferência de Dinâmica, Controle e Aplicações (DINCON-2010). Já estão confirmados no evento cinqüenta pesquisadores estrangeiros e 250 brasileiros. O encontro será no dia 11 de junho, na cidade de Serra Negra (SP), e conta com a coordenação de Balthazar. Para saber sobre as regras para submissão de trabalhos, inscrições e demais informações, clique aqui.

Nanossistemas

Os dois eventos tratarão dos mesmos temas, entre eles os microssistemas, como motores de celular, microchips de GPS e componentes de sistemas de air-bags. Esses sistemas também são denominados pela sigla em inglês MENS (micro-electro-mechanical system). Um desenvolvimento científico maior nessa área será fundamental para a produção de micropeças em larga escala, o que, consequentemente, reduziria o preço final dos equipamentos, como explica o pesquisador.

Outro tópico promissor entre os estudiosos são os nanossistemas (NENS – nano-electro-mechanical system), que podem ser fundamentais para a melhoria de análises biológicas, por exemplo. Para o professor, a nanociência é promissora e ainda pouco desenvolvida, já que depende de análises de grande complexidade, envolvendo física atômica e molecular.

Cálculos para “sistemas complexos e dinâmicos”, como meteorologia e controle de queimadas, são outro ramo fértil de estudos que serão explorados nos dois encontros. Constituem áreas da ciência que trabalham com a instabilidade, como na Teoria do Caos, que tem como uma de suas principais bases o chamado “efeito borboleta”, teorizado pelo matemático americano Edward Lorenz (1917-2008). O cientista postulou que em universos dessa natureza um evento interfere progressivamente em todo o sistema, causando resultados de difícil previsão.

Os macrosistemas, isto é, que operam em estruturas de grande escala, como carros e aviões, também reúnem tradicionalmente um grande número de especialistas, o que não deve ser diferente nas duas conferências. Serão abordados, ainda, os “sistemas de controle”, como a robótica.

Autor: Assessoria de Comunicação Unesp