Nariz eletrônico detecta doenças

Capazes de detectar produtos químicos presentes em baixíssima concentração no hálito, os narizes eletrônicos agora permitem diagnosticar doenças, tais como tumores do pulmão, mesmo quando ainda no início de sua evolução.

Criado pela equipe de Hossam Haick, da Technion, de Haïfa, em Israel, o novo nariz eletrônico é feito à base de nanopartículas de ouro. O objetivo é transformá-lo teste padrão de diagnóstico do câncer do pulmão.

O nariz eletrônico funciona expirado quantidades ínfimas de moléculas específicas, cuja quantidade muda em pessoas que sofrem desse tipo de câncer.

Uma detecção precoce do câncer do pulmão – primeira causa de mortalidade por câncer no mundo, com 900.000 mortes por ano e menos de 15% de sobrevida em cinco anos – aumentaria teoricamente as chances de cura ou de sobrevida dos doentes, sendo o tratamento ainda menos tardio.

TUBERCULOSE 

A tuberculose, doença erradicada em muitos países, voltou a atacar com força total e só tem feito recrudescer nos últimos anos – inclusive na Baixada Santista. Cientistas alemães, preocupados com o fenômeno, trabalharam na direção da construção de um nariz artificial que, em futuro próximo, poderá inibir a propagação do bacilo.

Para isso, cientistas alemães desenvolveram o primeiro modelo de espectrômetro capaz de detectar o agente Mycobacter tuberculosis, responsável pela doença.

O aparelho permite um diagnóstico imediato, que obedece ao seguinte processo: a) a pessoa susceptível de haver contraído a tuberculose sopra através de um tubo; b) o ar expirado é conduzido para uma célula de medida do espectrômetro, onde as moléculas atravessam um coletor de íons e, c) as características espectrais são imediatamente determinadas.

É tal a sensibilidade do nariz artificial que aproximadamente 2000 compostos químicos podem ser reconhecidos, além, é claro, de detectar o agente causador da tuberculose.

Mas sua aplicação vai além. Armas químicas, como o gás sarin, tabon ou iperite (o conhecidíssimo gás mostarda), também poderão ser detectados.

NO BRASIL

Pesquisadores dos Departamentos de Física, Eletrônica e Computação da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e da UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco) desenvolveram a versão brasileira de um nariz eletrônico. 

Formado por um conjunto que inclui sensores conectados a um computador (PC), onde são armazenadas e processadas as informações, o software identifica os odores e disponibiliza na tela do micro as informações sobre o cheiro captado – composição química, molecular e variações.

O Nariz Eletrônico pode ser aplicado em várias áreas de trabalho, sendo usado como um alarme contra acidentes ou auxiliando indústrias em busca de um cheiro adequado para seus produtos.

Empresas de combustíveis e fábricas de componentes químicos conseguiriam monitorar qualquer vazamento de gases ou líquidos inflamáveis; a indústria de alimentos ganharia um sistema de controle de qualidade de seus produtos; na área de vigilância sanitária, o Nariz Eletrônico seria um auxiliar para averiguar frutas e verduras em supermercados e feiras de alimentos; empresas de perfume buscariam fragrâncias que não causem alergias ou irritações.

Autor: A Tribuna