Marcos cintra anuncia o projeto de criação de agências de desenvolvimento no município

O secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Marcos Cintra, esteve no Sinicesp para conversar com a diretoria e as empresas associadas. Ele veio apresentar o projeto de criação de duas agências: uma de desenvolvimento e outra de fomento, que irão atuar dentro da estrutura da nova Secretaria de Trabalho, que também cuidará do desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo. 

Marcos Cintra, que também é vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas – FGV – abriu a palestra citando a frase cunhada pelo ex-governador Geraldo Alckmin, quando de sua visita ao sindicato: “O Sinicesp é a casa do desenvolvimento e do trabalho”. “Essa será a vocação e o foco da nova Secretaria:
atuar não só na capacitação  formação de mão de obra, mas também na geração e promoção de novos
negócios na cidade”, explicou. 

O secretário disse que, para chegar ao modelo que pretende implantar de Agência de Desenvolvimento,
estudou profundamente três modelos existentes hoje no mundo: as agências de Nova York, de Londres e Barcelona. “A de Nova York atua como uma consultoria privada para orientar a apresentar projetos para novos investidores; a de Londres é puramente estatal e apenas mostra as oportunidades; já a agência de Barcelona tem um modelo híbrido, onde auxilia os novos investidores ao mesmo tempo que cria novos nichos de oportunidades a partir da própria vocação do município”, contou e concluiu: “Barcelona é o modelo que pretendemos implantar em São Paulo”. 

A Agência de Fomento será o “braço” mais operacional da primeira para dar o lastro de recursos financeiros. “Buscaremos recursos não convencionais, assim como foi feito com a criação da CPA – Companhia Paulista de Ativos e dos Cepacs – Certificados de Potencial Adicional de Construção” exemplificou. O professor da FGV lembrou que São Paulo tem uma dívida ativa gigantesca, cerca de R$ 20 bilhões em títulos confessados e parcelados.

“Esses recursos podem gerar um direito creditório e a Prefeitura poderia aumentar os investimentos, sem falar em PPPs, e outras tantas possibilidades”. 

Para deixar clara a necessidade de planejar melhor para promover o desenvolvimento econômico, Marcos Cintra citou o custo social do trânsito em São Paulo. O estudo feito na Getúlio Vargas constatou que a cidade perde R$ 33 bilhões com os congestionamentos diários. “Isso representa 10% do PIB do município e inclui as horas que os cidadãos ficam parados no trânsito, o uso adicional de combustível,
a poluição a mais que é gerada e a elevação nos custos do transporte de cargas”, sentenciou. “Isso é um absurdo e precisa ser enfrentado numa pasta que tenha esse foco de atuação”, completou. 

Crise mundial
O secretário Marcos Cintra disse de uma forma bastante realista que a crise vai chegar aqui no Brasil, mas não será recessiva. “O País terá uma desaceleração, já que os dois principais canais de contaminação da crise – comércio exterior e crédito – não nos impactam tanto”. Ele explicou que
o comércio exterior responde apenas com 25% do PIB, enquanto a economia brasileira é pouco alavancada com o crédito. “Já passamos por uma crise de solvência e o tão criticado Proex cumpriu
o seu papel, regulamentou melhor o sistema bancário, que hoje é exemplo em todo o mundo”, afirmou. 

O professor acredita que dos BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China – seremos a alternativa para investimentos relativamente seguros, com boa rentabilidade. “Superado o gargalo, vamos sair da crise melhor do que entramos e quero preparar a cidade para esse momento” e completou de forma
descontraída: “quando Julio César invadiu o Egito e chegou próximo às pirâmides disse que elas eram muito maiores de longe do que de perto”. 

Precatórios
Questionado sobre a questão dos precatórios e da PEC 12, o secretário de Trabalho foi categórico: “Essa proposta sempre me preocupou, ela institucionaliza o calote. É imoral e vergonhosa,
se for aprovada”.

Autor: Assessoria de imprensa