Mobilidade a partir da tomada

Montadoras investem pesado em elétricos e híbridos. Versões de Mercedes e Porsche chegam ao País em 2010

O carro elétrico ou híbrido (que combina motor a eletricidade a outro a combustão) é a principal aposta das fabricantes diante da iminência da escassez do petróleo e da necessidade de reduzir as emissões de poluentes. A expectativa é que esses veículos representem 75% das vendas nos EUA até 2030, segundo o Instituto de Pesquisas sobre Energia Elétrica (Epri). O governo alemão prevê que 5 milhões deles estejam nas ruas do país no mesmo ano. No Brasil, a novidade começa a chegar nos próximos meses. 

Mas em 2008 as vendas de híbridos foram de cerca de 500 mil unidades, menos de 1% do total mundial (70 milhões). Para promover esse grande salto em duas décadas, as fábricas investem em tecnologia. O objetivo é solucionar questões que impedem a consolidação desses modelos.

Em 2011, a GM pretende lançar o Chevrolet Volt e, com ele, uma boa proposta para a mobilidade elétrica. “A maioria dos carros será híbrida de autonomia estendida, como o Volt”, afirma o diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Jayme de Holanda. 

O Chevrolet tem motor a combustão, mas também poderá ser reabastecido numa tomada doméstica (confira no quadro). Há as que apostam nos elétricos puros. Como a Nissan, que promete o Leaf, que terá autonomia de 100 km, para 2010.

Até os esportivos estão se rendendo à eletricidade. A Audi pretende lançar em 2013 a versão final do R8 e-tron. Com quatro motores elétricos, que geram 459 mkgf, ele acelara de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos, informa a fabricante. A novidade deve ser vendida no Brasil.

Atualmente, os carros a eletricidade mais comuns são os híbridos paralelos, como o Toyota Prius, líder mundial de vendas na categoria. Ele não pode ser recarregado na tomada, mas em breve terá versão com esse recurso. Seu motor elétrico é alimentado por um gerador, que recebe energia do propulsor a combustão – este também impulsiona o veículo.

Já as baterias do Honda Insight são recarregadas com a energia gerada em frenagens.

BRASIL

Os primeiros híbridos começam a chegar ao País no ano que vem. Por ora eles formarão um nicho restrito a importados luxuosos e caros. Está previsto para março o início das vendas do S400h, da Mercedes-Benz. O sedã deverá ter preço semelhante ou superior aos R$ 582 mil cobrados pelo S500.

A Porsche pretende vender o Cayenne híbrido em julho. Atualmente, a versão mais barata do jipe alemão (V6) tem tabela sugerida de R$ 249 mil.

Segundo informações da Toyota, o Prius, que é oferecido em cerca de 40 países, não é importado porque aqui já há uma boa alternativa aos combustíveis fósseis: o etanol. O derivado da cana-de-açúcar é uma das fontes renováveis mais viáveis, mas por enquanto é quase exclusividade do País. O Brasil domina a produção, tem espaço para o cultivo da matéria-prima, rede de reabastecimento e tecnologia de motores flexíveis.

Os carros a álcool poluem mais que os híbridos-elétricos, mas custam bem menos. 

 

Autor: O Estado de S.Paulo