Vídeo do Comitê Brasileiro de Barragens defende reservatórios

Peça institucional e educativa esclarece benefícios das estruturas e serve como reforço às ações em prol destas obras cruciais para o desenvolvimento nacional.

O Brasil possui mais de 24 mil barragens para diferentes finalidades, como acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de energia que foram cadastradas até o ano passado por 31 órgãos fiscalizadores. Espalhadas por todo o território nacional, estas estruturas eram desconhecidas por boa parte da população até pouco tempo atrás. O Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB) está empenhado em mudar essa situação e acaba de lançar um vídeo institucional de cunho educativo esclarecendo os objetivos e funções de tais estruturas.
Produzido pela agência Diretoria Cinematográfica, uma das mais conceituadas do Rio de Janeiro, o vídeo tem cerca de cinco minutos de duração. “Constatamos que o público pouco conhecia sobre os reservatórios e acabou ficando refém da oposição sistemática de intervenções ambientalistas, que levaram seus posicionamentos à mídia sem ter havido reação significativa do setor”, afirma Miguel Sória, engenheiro civil, atual diretor de Comunicações do Núcleo Regional do Rio Grande do Sul do Comitê. Responsável pela apresentação da ideia, Sória informou que o vídeo, dirigido ao público em geral, é uma resposta e tentativa de esclarecimento sobre o tema à sociedade e às novas gerações. Ele cita que os reservatórios hídricos, por exemplo, ocupam menos de 0,5% do território do Brasil e, além dos múltiplos usos que proporcionam, têm papel fundamental na piscicultura, para a produção de alimentos e para a navegação.

A peça audiovisual levou quase dois anos para ser concluída – entre as etapas de pesquisa, cessão de imagens de grandes empresas e contribuições internacionais como os estudos da ICOLD (International Commission on Large Dams), da qual o CBDB é associado. O vídeo constitui um recurso didático ideal para professores, acadêmicos, palestrantes e comunidade científica em geral e está disponível no Canal do You Tube do Comitê: https://www.youtube.com/watch?v=_kN8f_Ux1H0&feature=youtu.be

Retomada de investimentos
O Comitê ainda defende a retomada das obras no Brasil. A partir de janeiro, será entregue aos novos governantes, representantes das agências reguladoras e legisladores do País a Carta de São Paulo. Avalizado por 13 instituições técnicas respeitadas pelo setor, o documento mostra que o Brasil pode pagar um alto preço social, econômico e ambiental pelo preconceito com as grandes barragens. A Carta foi lançada no encerramento do XI Simpósio sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas, realizado em maio na capital paulista, e referendada durante o I Encontro em Prol dos Reservatórios no Brasil, ocorrido em agosto último, em Brasília.
A entidade alerta que, com grandes reservatórios subutilizados e retração dos novos empreendimentos, a segurança de geração de energia no País está em risco, assim como a garantia de água para abastecimento em períodos de seca e para a irrigação da produção agrícola e geração de alimentos. “O encaminhamento da Carta de São Paulo é de extrema importância para chamar a atenção da situação do setor elétrico, que vive um momento de redução de investimentos em novas usinas hidrelétricas, e para destacar a importância estratégica dos reservatórios de usos múltiplos. Tais questões mobilizam o setor e refletem a posição e demanda da Engenharia de Barragens”, enfatiza o presidente do Comitê Brasileiro de Barragens, Carlos Henrique Medeiros. E completa: “Entendemos que os novos gestores devem estar cientes do papel estratégico das barragens como fator de desenvolvimento e dos diversos níveis que compreendem a gestão desses empreendimentos”.