Ferroeste espera receber mais de R$ 4,5 bi para ampliar malha no sul

Com expectativa de aplicar aproximadamente R$ 4,5 bilhões para a ampliação do trecho ferroviário norte-sul, que no momento conta com apenas 248 quilômetros de linhas construídas, entre Cascavel e Guarapuava no Paraná, a empresa estatal Ferroeste espera receber do governo federal R$ 3 bilhões, e gastar mais R$ 1,5 bilhão para descer até o Porto Rio Grande (RS), que ainda passa por estudos de viabilidade. 

Em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, afirmou que “este projeto de ampliação visa contemplar o Sul do País, que é uma das áreas mais produtivas, com um transporte mais eficaz, já que o Sul estava excluído de projetos de ampliação de malha”.

As primeiras obras começarão ainda este ano, e incluem os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, e Santa Catarina, além de um braço que irá até Foz do Iguaçu e futuramente ligará a ferrovia ao Paraguai. A previsão para a inauguração destas malhas é em 2013.

Sobre a ampliação que vai de Chapecó (SC) até o porto Rio Grande, ainda está sendo analisada pela empresa, o exército, e o governo federal. “A nossa empresa unirá os quatro estados do sul por meio de ferrovias públicas, não gostamos dos monopólios privados e dessa política de privatização do setor ferroviário desenvolvida hoje”, explicou o presidente da Ferroeste.

Segundo ele, essas conexões permitirão reduzir significativamente os custos dos transportes de carga no País. “O melhor é que seremos imbatíveis em termos de custos para o transporte de cargas, pois temos metas diferentes da iniciativa privada: apresentar o frete mais barato possível.”

Com as ampliações da Ferroeste, a estatal passará a se chamar Ferrosul. “Do pé dos Andes para baixo, tudo será área de influência da Ferrosul. Pegaremos as cargas das regiões mais produtivas do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, e as cargas transportadas na Hidrovia do Rio Paraná. Tudo estará interligado aos portos do sul, como Itajaí (SC) e Rio Grande (RS), além de Paranaguá”, prevê Gomes.

A empresa conta também com a sociedade da Valec, que será responsável pela construção da ferrovia Sul, e recebimento dos R$ 30 milhões vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para atualização de projetos de engenharia dos novos ramais que compõem o trecho Maracaju (MS) até o Porto de Paranaguá (PR). Já o exército será responsável por coordenar a obra, além da construção de alguns trechos. “O Exército está indissociavelmente ligado ao projeto desde a sua origem e queremos que continue cumprindo a sua missão”, afirmou o presidente da Ferroeste.

Autor: DCI